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Verdes, eurocéticos e nacionalistas; entenda as eleições para o Parlamento Europeu

A cada cinco anos, cidadãos votam para a única instituição diretamente eleita da união econômica e política. Pleito ocorreu entre os dias 23 e 26
13:26 | Mai. 27, 2019
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Cerca de 200 milhões de eleitores dos 28 países-membros da União Europeia foram às urnas entre a última quinta-feira, 23, e esse domingo, 26, para escolher os 751 membros do Parlamento Europeu.

Eleitos para mandatos de cinco anos, os parlamentares passam a integrar blocos supranacionais. Eles não têm poder de apresentar leis, como nos Legislativos nacionais, mas podem vetar iniciativas legislativas, orçamentos e a composição dos membros da Comissão Europeia, espécie de Poder Executivo do bloco.

Além do poder de codecisão – ou seja, vetar ou propor emendas a uma lei – o Parlamento Europeu é responsável por determinar o orçamento e supervisionar as instituições europeias. Os parlamentares também determinam os chefes das outras entidades do bloco.

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Os candidatos fazem campanha por seus partidos de origem. Já os eleitores costumam votar pensando em interesses locais e em questões de interesse do bloco, como o meio ambiente e a questão migratória.

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A eleição deste ano foi observada para medir a força que os partidos de extrema direita já demonstraram nas eleições nacionais em anos recentes. As vitórias da extrema direita, representada por partidos que desconfiam da União Europeia, e o crescimento dos verdes foram os fatos novos do pleito.

Ainda assim, o grande bloco de centro direita chamado Partido do Povo Europeu (PPE) continuou como o grupo de maior expressão. Embora tenha perdido 36 cadeiras em relação à disputa de 2014, o PPE ficou com a maior bancada - 180 eurodeputados, de acordo com as projeções disponíveis na manhã desta segunda-feira, 27.

O crescimento dos verdes

O bloco dos verdes, formado por membros da esquerda ambientalista europeia, cresceu. A estimativa é que eles conquistariam 17 assentos a mais, ficando com um total de 69. Antes das eleições europeias, foram registrados protestos sobre a preservação do meio ambiente em Londres e Paris.

Extrema direita avança

Os partidos "eurocéticos" e conservadores nacionalistas, fragmentados em três alianças, podem se tornar a segunda força do Parlamento caso todos os parlamentares dessa linha ideológica passem a votar em bloco. Somados, a Aliança Europeia de Povos e Nações, do italiano Matteo Salvini, e outros partidos de extrema direita superariam os 80 assentos, sem contar os 63 do grupo de Conservadores e Reformistas Europeus. Na classificação do European Elections Stats, que inclui mais partidos, a extrema direita ficaria com cerca de 170 deputados (15 a mais que em 2014).

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O Parlamento Europeu

Desde 1979, é a única instância parlamentar transnacional do mundo eleita pelo voto direto. O número de vagas no Parlamento Europeu é dividido proporcionalmente à população de cada país-membro. Enquanto a Alemanha escolhe 96 parlamentares, a ilha de Chipre vota para seis vagas.

- 751 cadeiras

- 5 anos é o tempo de mandato

- 28 países fazem parte do bloco, incluindo o Reino Unido, cujo desligamento está previsto para ocorrer em outubro

- 510 milhões de habitantes vivem na União Europeia

- Estima-se que 200 milhões foram às urnas

A instituição tem sede em três cidades: Estrasburgo, Bruxelas e Luxemburgo. Os membros do plenário se reúnem uma semana por mês em Estrasburgo, na França, e nas outras três semanas em Bruxelas, na Bélgica, onde também estão os comitês temáticos. Setores administrativos ficam em Luxemburgo.

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