Verdes, eurocéticos e nacionalistas; entenda as eleições para o Parlamento Europeu
A cada cinco anos, cidadãos votam para a única instituição diretamente eleita da união econômica e política. Pleito ocorreu entre os dias 23 e 26Cerca de 200 milhões de eleitores dos 28 países-membros da União Europeia foram às urnas entre a última quinta-feira, 23, e esse domingo, 26, para escolher os 751 membros do Parlamento Europeu.
Eleitos para mandatos de cinco anos, os parlamentares passam a integrar blocos supranacionais. Eles não têm poder de apresentar leis, como nos Legislativos nacionais, mas podem vetar iniciativas legislativas, orçamentos e a composição dos membros da Comissão Europeia, espécie de Poder Executivo do bloco.
Além do poder de codecisão – ou seja, vetar ou propor emendas a uma lei – o Parlamento Europeu é responsável por determinar o orçamento e supervisionar as instituições europeias. Os parlamentares também determinam os chefes das outras entidades do bloco.
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AssineOs candidatos fazem campanha por seus partidos de origem. Já os eleitores costumam votar pensando em interesses locais e em questões de interesse do bloco, como o meio ambiente e a questão migratória.
A eleição deste ano foi observada para medir a força que os partidos de extrema direita já demonstraram nas eleições nacionais em anos recentes. As vitórias da extrema direita, representada por partidos que desconfiam da União Europeia, e o crescimento dos verdes foram os fatos novos do pleito.
Ainda assim, o grande bloco de centro direita chamado Partido do Povo Europeu (PPE) continuou como o grupo de maior expressão. Embora tenha perdido 36 cadeiras em relação à disputa de 2014, o PPE ficou com a maior bancada - 180 eurodeputados, de acordo com as projeções disponíveis na manhã desta segunda-feira, 27.
O crescimento dos verdes
O bloco dos verdes, formado por membros da esquerda ambientalista europeia, cresceu. A estimativa é que eles conquistariam 17 assentos a mais, ficando com um total de 69. Antes das eleições europeias, foram registrados protestos sobre a preservação do meio ambiente em Londres e Paris.
Extrema direita avança
Os partidos "eurocéticos" e conservadores nacionalistas, fragmentados em três alianças, podem se tornar a segunda força do Parlamento caso todos os parlamentares dessa linha ideológica passem a votar em bloco. Somados, a Aliança Europeia de Povos e Nações, do italiano Matteo Salvini, e outros partidos de extrema direita superariam os 80 assentos, sem contar os 63 do grupo de Conservadores e Reformistas Europeus. Na classificação do European Elections Stats, que inclui mais partidos, a extrema direita ficaria com cerca de 170 deputados (15 a mais que em 2014).
O Parlamento Europeu
Desde 1979, é a única instância parlamentar transnacional do mundo eleita pelo voto direto. O número de vagas no Parlamento Europeu é dividido proporcionalmente à população de cada país-membro. Enquanto a Alemanha escolhe 96 parlamentares, a ilha de Chipre vota para seis vagas.
- 751 cadeiras
- 5 anos é o tempo de mandato
- 28 países fazem parte do bloco, incluindo o Reino Unido, cujo desligamento está previsto para ocorrer em outubro
- 510 milhões de habitantes vivem na União Europeia
- Estima-se que 200 milhões foram às urnas
A instituição tem sede em três cidades: Estrasburgo, Bruxelas e Luxemburgo. Os membros do plenário se reúnem uma semana por mês em Estrasburgo, na França, e nas outras três semanas em Bruxelas, na Bélgica, onde também estão os comitês temáticos. Setores administrativos ficam em Luxemburgo.
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