Autoridades chinesas defendem proibição do ensino de tibetano
As autoridades do noroeste da China defenderam a medida que proíbe que os monges budistas ensinem tibetano às crianças, em um contexto de restrições às organizações religiosas em todo o país.
Um condado de Qinghai, uma província com muitos tibetanos, ordenou em dezembro o fechamento dos cursos, que eram oferecidos em mosteiros durante as férias escolares de inverno.
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Os cursos ganharam popularidade nos últimos anos entre alguns pais, que os consideravam uma maneira de aumentar a fluência dos filhos em tibetano, um idioma que está perdendo espaço nas escolas.
A região autônoma do Tibete (sudoeste da China), habitada principalmente por tibetanos e na fronteira com a província de Qinghai, já havia proibido que os estudantes participassem em atividades religiosas durante as férias.
O governo provincial afirmou que as aulas de idiomas oferecidas pelos monges eram "ilegais".
As autoridades destacaram ainda que os mosteiros apresentam "riscos para a segurança" e estão "mal preparados" para receber os estudantes.
"De acordo com a lei chinesa, a educação é proporcionada pelo governo. Nenhuma organização ou pessoa pode usar a religião como um meio para obstruir o sistema de educação pública", afirma um comunicado.
O Partido Comunista Chinês desconfia das organizações, incluindo as religiosas, que possam ameaçar sua autoridade.
Nos últimos anos, o governo reforçou a vigilância dos cultos. As igrejas consideradas ilegais foram destruídas, as cruzes retiradas da parte superior dos edifícios religiosos para evitar a ostentação e creches vinculadas a religiões foram fechadas.
Na zona noroeste da região autônoma de Xinjiang, onde a maioria da população é muçulmana, o uso da burca está proibido desde 2017 e as autoridades desestimulam a observação do jejum do Ramadã entre funcionários e estudantes.
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