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Trump anuncia que decretará 'emergência nacional' para construir o muro

13:50 | Fev. 15, 2019
Autor AFP
Tipo Notícia

O presidente Donald Trump anunciou nesta sexta-feira que decretará a "emergência nacional" para poder construir o muro na fronteira com o México, que ele acha necessário para deter o crime e a entrada de drogas nos Estados Unidos.

"Todo mundo sabe que o muro vai dar certo", disse, destacando que a construção também impedirá a "invasão" de migrantes em situação ilegal, durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca.

Esta medida teoricamente permitirá que ele evite enfrentar o Congresso para desbloquear os fundos necessários para a construção do muro - que é sua maior promessa eleitoral.

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Na coletiva, Trump elogiou o uso da pena de morte nos casos de traficantes de drogas na China, sugerindo que os Estados Unidos lidariam melhor com narcotráfico se levassem os infratores a enfrentar a pena capital.

"Na China, os traficantes de drogas recebem uma coisa chamada pena de morte. Nosso criminoso traficante de drogas recebe uma coisa chamada 'que tal uma multa?'", ironizou Trump.

"Então, se quisermos ser espertos, podemos ser espertos. Podemos acabar com o problema das drogas. Podemos acabar com isso muito mais rápido do que se pensa".

Ainda falando da China, Trump afirmou que as negociações para acabar com a guerra comercial com Pequim vão "muito bem".

"Estamos mais perto do que jamais estivemos de fechar um verdadeiro acordo", enfatizou, evocando a possibilidade de ampliar a atual trégua comercial mantida com a China.

Igualmente elogiou o "tremendo potencial econômico" da Coreia do Norte, dias antes de uma segunda reunião com entre ele e colega norte-coreano, Kim Jong Un.

"Sua localização entre a Coreia do Sul e a Rússia, com a China bem no meio é fenomenal. E achamos que eles têm uma grande chance de uma tremenda prosperidade econômica no futuro", afirmou.

Ainda em termos de comércio exterior, Trump opinou que as negociações dos Estados Unidos com a Grã-Bretanha aumentarão "muito substancialmente" à medida que se aproxima o prazo para a saída deste país da União Europeia.

"Vocês conhecem toda a situação em relação ao Brexit e à complexidade e aos problemas, mas temos uma relação comercial muito boa com o Reino Unido", enfatizou.

Por fim, Trump prometeu que os Estados Unidos anunciarão em breve o fim do Estado Islâmico (EI).

"Temos muitos grandes anúncios relacionados à Síria e ao nosso sucesso com a erradicação do califado e isso será anunciado nas próximas 24 horas".

Logo após o pronunciamento de Trump, a secretária de Justiça de Nova York, Letitia James, afirmou que recorrerá da decisão do presidente de decretar estado de emergência nacional.

"Declarar emergência nacional sem um motivo legítimo criará uma crise constitucional. Não vamos tolerar este abuso de poder e o combateremos com todas as medidas legais à nossa disposição".

Os líderes democratas também denunciaram imediatamente o anúncio do presidente de uma emergência nacional afirmando que a decisão representa um golpe à Constituição.

"A declaração ilegal do presidente sobre uma crise que não existe causa grande violência à nossa Constituição e torna os Estados Unidos menos seguro, roubando fundos de Defesa urgentemente necessários para a segurança de nossos militares e de nossa nação", declararam a presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, e o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, em um comunicado conjunto.

"Isto é claramente uma tomada de poder por um presidente decepcionado, que extrapolou os limites da lei para tentar obter o que não conseguiu no processo legislativo constitucional", condenaram.

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