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Entenda a polêmica da transferência da embaixada dos EUA para Jerusalém

A cidade é considerada território sagrado para a Palestina e para Israel e é tema de conflitos desde a criação do estado israelense, em 1948
17:46 | Mai. 18, 2018
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Símbolo dos conflitos entre palestinos e israelenses, o território da cidade de Jerusalém voltou a ser discutido nos últimos dias. Isso aconteceu porque a embaixada dos Estados Unidos foi transferida para o local. Antes disso, o centro das relações internacionais norte-americana na região era localizado em Tel Aviv, cidade de Israel. A mudança foi uma promessa de campanha de Donald Trump. Com isso, os EUA passaram uma mensagem de que acredita que Jerusalém é a verdadeira capital de Israel, quando a briga pela cidade ainda não foi resolvida entre os dois estados.
 
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Como tanto palestinos quanto israelenses veem Jerusalém como terra sagrada, nenhum dos dois povos quer abrir mão do território da cidade. Em 1948, com o fim da guerra entre Israel e Palestina, o território da cidade foi dividido entre Ocidental, dada aos israelenses (e onde se encontra a nova embaixada provisória dos EUA), e a parte Oriental, dada à Jordânia. Esta parte tem localidades e monumentos importantes para judeus, cristãos e muçulmanos.

Mesmo após essa divisão, o território não deixou de ser uma questão de conflito. Em 1967, depois da Guerra dos Seis Dias, Israel tomou controle sobre toda a Jerusalém. A ação foi muito criticada pela Organização das Nações Unidas (ONU) por não respeitar o acordo feito anteriormente, e pediu que Israel se retirasse da terra ocupada. O país não respeitou. Em 1980, o governo israelense aprovou uma lei que anexava permanentemente a parte Oriental da cidade, o que foi considerado ilegal pela comunidade internacional.  
 
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Mais de uma década depois, em 1993, Israel e Palestina, juntamente com a ONU, concluíram que o destino de Jerusalém só deve ser decidido quando chegar o momento das últimas negociações de paz entre os estados. Por isso, a mudança da embaixada dos EUA para a parte Ocidental da cidade causou tanta comoção, pois atropela os passos de acordos de paz na região. A medida norte-americana é vista como um ato para agradar eleitores mais conservadores evangélicos de Trump, que veem no reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel o cumprimento de uma profecia bíblica. 
 
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Reação dos palestinos

Além da polêmica envolvendo a embaixada americana, o momento de tensão foi agravado pela data da Nakba (catástrofe, em árabe). Desde o dia 30 de março, milhares de palestinos se reúnem na fronteira da Faixa de Gaza para relembrar o povo que foi expulso de Israel desde 15 de maio de 1948, quando o estado foi criado. O protesto foi intensamente retaliado por Israel com uso de balas de borracha e reais, além de bombas de gás lacrimogêneo. Cerca de 60 palestinos morreram no conflito e 2.700 pessoas ficaram feridas.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, considerou a decisão de mudança da embaixada dos EUA como o “tapa do século” e disse que não considera mais os Estados Unidos como “mediadores dos conflitos árabes”. Outros líderes mundiais também se pronunciaram contra a medida de Trump. Ayman al-Zawahiri, líder do grupo extremista islâmico Al-Qaeda, convocou uma jihad (guerra santa muçulmana) contra os EUA. Ele afirmou que a instalação da embaixada é a prova de que o “apaziguamento” realizado pelos norte-americanos não ajudou os palestinos. 
 
Redação O POVO Online 

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