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Justiça turca ordena prisão preventiva do filantropo Osman Kavala

07:37 | Nov. 01, 2017
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A justiça ordenou a prisão preventiva do empresário e filantropo turco Osman Kavala, detido há duas semanas, à espera de seu julgamento por suposto vínculo com a tentativa de golpe de Estado na Turquia em julho de 2016, informou a agência estatal Anadolu.

Osman Kavala é acusado de "tentativa de subverter a ordem constitucional e tentativa de derrubar o governo", segundo a agência.

Mas as acusações podem mudar na ata final do processo. A redação do documento pode demorar meses.

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A justiça tem duas investigações sobre Kavala, uma relacionada ao frustrado golpe de Estado de 2016 e a outra a um escândalo de corrupção que explodiu em dezembro de 2013, que envolvia pessoas próximas ao presidente turco Recep Tayyip Erdogan e a alguns ministros.

Erdogan chamou o escândalo de complô estimulado pelo pregador Fethullah Gülen, exilado nos Estados Unidos e acusado pelo governo de ser o cérebro da tentativa de golpe de Estado.

A investigação sobre Kavala também afeta Metin Topuz, um funcionário do consulado americano em Istambul, cuja detenção no mês passado provocou uma nova crise diplomática entre Turquia e Estados Unidos, indicou a imprensa turca.

Nascido em Paris, Osman Kavala é cofundador de uma das editoras mais importantes da Turquia, a Iletisim Yayinlari, e presidente da ONG Kültür Anadolu (Cultura Anatolia), que aspira ajudar a superar as diferenças na sociedade turca através da cultura e da arte.

A ONG também trabalha com a meta de criar pontes entre a Turquia e a Armênia, que praticamente não tem relações em consequência das divergências sobre o genocídio armênio durante a I Guerra Mundial.

A Turquia rejeita o termo "genocídio" e afirma que o que aconteceu foi uma guerra civil agravada pela fome, na qual morreram entre 300.000 e 500.000 armênios e o mesmo número de turcos.

A detenção de Kavala no dia 18 de outubro no aeroporto de Istambul reforçou a inquietação sobre os direitos humanos na Turquia, onde mais de 50.000 pessoas foram detidas desde a tentativa de golpe de Estado.

AFP

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