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Kim Jong-Un, o poder absoluto e a bomba H para exercê-lo

08:16 | Set. 03, 2017
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Kim Jong-Un, líder da dinastia comunista da Coreia do Norte, é um dos chefes de Estado mais jovens do mundo e exerce um poder absoluto, com algumas das armas mais potentes do planeta a sua disposição.

O teste, neste domingo (3), do que parece ser uma potente bomba H, marca uma nova etapa na campanha que o líder norte-coreano lidera sem descanso para fazer de seu país uma potência nuclear, credível e temível.

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Em sua trajetória, Kim ignorou totalmente as advertências da comunidade internacional, as sanções econômicas e as ameaças do presidente americano, Donald Trump, sobre possíveis ataques militares.

Filho mais novo do dirigente norte-coreano Kim Jong-Il, foi designado para comandar o país após a morte do pai, em 19 de dezembro de 2011. Na época, tinha um pouco mais de vinte anos.

O mundo descobriu então um jovem de silhueta corpulenta, rosto redondo e corte de cabelo que deixa a nuca e as orelhas descobertas.

Os especialistas o viam como alguém vulnerável, sem experiência e passível de ser manipulado por veteranos. Mas rapidamente mostrou seu caráter ao silenciar as vozes discordantes, incluindo na cúpula do poder, adotando atitudes agressivas e provocadoras em relação a comunidade internacional.

Em dezembro de 2012, o poderoso tio de Kim Jong-un, Jang Song-Thaek, foi executado por traição e corrupção. Suspeita-se igualmente que tenha orquestrado o assassinato de seu meio-irmão Kim Jong-Nam, na Malásia, em fevereiro.

Também se mostrou disposto a distanciar-se da China, seu único aliado de importância, ao descartar a possibilidade de abandonar seu programa armamentista.

Depois da execução de seu tio, várias autoridades do alto escalão foram destituídas. Em 2016, Kim Jong-Un fez com que fosse nomeado presidente de uma Comissão de Assuntos de Estado que está acima de todos os poderes, ilustrando o controle absoluto que detém.

Kim Jong-Un é o filho da terceira mulher de Kim Jong-Il, uma bailarina coreana nascida no Japão. Estudou em colégios na Suíça, onde era considerado um jovem ambicioso e onde descobriu, entre outras coisas, o basquete, o esqui e os filmes de Jean-Claude Van Damme.

Os funcionários de uma escola que frequentou e seu colegas, que segundo a imprensa desconheciam o fato dele fazer parte da família governante da Coreia do Norte, recordam de uma criança tímida.

Em uma entrevista ao Washington Post, Ko Yong-Suk, que desertou em 1998 para os Estados Unidos, descreveu um menino mimado e intolerante.
Dennis Rodman, ex-estrela do time de basquete Chicago Bulls, visitou várias vezes Pyongyang e é um dos poucos ocidentais conhecidos a ter se reunido com Kim recentemente.

Desde os 8 anos, Kim Jong-Un sabia que viria a ser o líder de seu país, mas só começou a aparecer em público em 2008, após o derrame cerebral de seu pai. O regime acelerou os preparativos desta nova sucessão dinástica.

Já Kim Jong-Il havia sido preparado durante décadas para assumir o poder após a morte de seu pai, o fundador da Coreia do Norte, Kimg Il-Sung, falecido em 1994.

Apesar da falta de experiência, Kim Jong-Un logo adotou a diplomacia de alto risco praticada por seu pai e por seu avô, provocando uma série de crises.
Kim Il-Sung continua a ser venerado na Coreia do Norte. Por isso, seu neto imita sua maneira de vestir, seu penteado e sua forma de falar e até de escrever.
Em contrapartida, parece ter se distanciado do legado do seu pai, cujo reinado foi marcado por uma grave crise alimentar que deixou centenas de milhares de mortes.

Kim Jong-Un está no poder há quase seis anos, mas a comunidade internacional pouco sabe sobre ele. Nunca visitou de forma oficial qualquer país estrangeiro.
Não se soube de seu casamento até julho de 2012, quando foram publicadas fotos de uma jovem, Ri Sol-Ju, que o acompanhava em atos oficiais.
A imprensa sul-coreano informou recentemente que o casal teve seu terceiro filho no início deste ano.

AFP

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