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Restrições aos muçulmanos em Jerusalém fazem temer novos confrontos

08:40 | Jul. 28, 2017
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A polícia israelense proibiu o acesso de homens com menos de 50 anos para as orações desta sexta-feira, 28, na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, provocando o temor de uma nova onda de violência após duas semanas de tensões neste local sagrado.

A medida foi anunciada um dia depois de confrontos neste local ultrassensível entre manifestantes palestinos e a polícia israelense, com cerca de 100 feridos.

Terceiro local mais sagrado do Islã, em Jerusalém Oriental, a Esplanada foi fechada em 14 de julho após a morte de dois policiais israelenses em um ataque. Israel decretou polêmicas medidas de segurança, incluindo a instalação de detectores de metais, o que provocou o boicote dos fiéis muçulmanos.

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Após a anulação das medidas, as autoridades políticas e religiosas palestinas pediram, na quinta-feira, 27, que os fiéis voltassem a frequentar a mesquita Al-Aqsa, na Esplanada.

Pouco depois da entrada de milhares de muçulmanos para a oração da tarde, as forças de segurança israelenses entraram em confronto com os manifestantes palestinos na Esplanada.

Segundo o Crescente Vermelho palestino, os incidentes deixaram cerca de 100 feridos na Esplanada e em suas imediações.

"Foi realizada uma avaliação de segurança, e há indícios de que hoje haverá distúrbios e manifestações", destacou a polícia israelense em um comunicado divulgado nesta sexta-feira, 28.

"Apenas homens com mais de 50 anos e mulheres, de qualquer idade, serão autorizados", afirma a nota, acrescentando que certas ruas em torno da Cidade Velha terão seu acesso limitado.

"Todas as medidas de segurança necessárias foram adotadas para prevenir e responder a qualquer ato de violência", assinalou a polícia.

Cinco palestinos morreram desde o início da crise nos confrontos com as forças de segurança israelenses.
Na quinta-feira, o ministro palestino da Saúde informou a morte de uma sexta vítima, ferida na segunda-feira, 24.
Além disso, três colonos israelenses morreram esfaqueados por um palestino em 21 de julho, na Cisjordânia. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu na quinta-feira sentença de morte para o autor do ataque.
Após pressão da comunidade internacional, que temia uma escalada, Israel retirou os detectores de metais na terça-feira e, na quinta, os últimos elementos do novo dispositivo de segurança.

A retirada dessas medidas foi percebida pela imprensa israelense como um fracasso para Netanyahu, que se viu forçado a voltar atrás por medo de que a espiral de violência se tornasse incontrolável.

"O grande fracasso de Bibi", era a manchete do jornal "The Jerusalem Post", geralmente favorável ao primeiro-ministro, usando seu apelido.
Israel justificou as medidas de segurança, afirmando que os agressores dos dois policiais haviam escondido suas armas na Esplanada.

Já os palestinos encararam a decisão de Israel como uma tentativa de reforçar seu controle sobre o local. Israel controla as entradas do recinto, mas sua gestão está nas mãos da Jordânia.

As autoridades israelenses asseguram que não têm a intenção de mudar esse status quo. Ainda assim, a Liga Árabe realizou uma reunião de emergência, na quinta-feira, acusando Israel de querer impor sua soberania sobre a Esplanada das Mesquitas e Jerusalém Oriental.

AFP

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