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Tubarões voltam a ser os vilões dos filmes

O animal volta a ser o vilão dos filmes, um papel que lhe coube várias vezes desde 1975, quando estreou nos cinemas o clássico de Steven Spielberg "Tubarão"
18:10 | Jun. 14, 2017
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Há 47 metros entre a superfície e a jaula no fundo do oceano onde duas irmãs ficaram presas por acidente, rodeadas por tubarões famintos.

O predador volta a ser o vilão dos filmes, um papel que lhe coube várias vezes desde 1975, quando estreou nos cinemas o clássico de Steven Spielberg "Tubarão".

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Mais de 50 filmes sobre tubarões passaram pelos cinemas, mas "47 Meters Down", que estreia na sexta-feira nos Estados Unidos, se desenvolve quase totalmente debaixo d'água.

E como em todas as tramas de terror, o público torce para que as irmãs Lisa e Kate (Mandy Moore e Claire Holt) não entrem no barco em ruínas de Taylor (Matthew Modine), e muito menos em uma jaula oxidada para mergulhar no mar do México e ver tubarões, cuja atenção atraem lançando sangue na água.

A jaula se separa do barco e cai no fundo do mar. É assim que as duas irmãs, com pouca experiência em mergulho, terminam a 47 metros de profundidade, com cilindros de oxigênios suficientes para apenas uma hora e rodeadas por tubarões.

"Acho mais aterrorizante a premissa de se afogar, de ficar sem ar, é uma corrida contra o tempo. Esse é o meu maior medo, muito mais que os tubarões, que por si só já são bastante aterrorizantes", disse Moore em um encontro com jornalistas no qual a AFP participou.

O diretor Johannes Roberts decidiu que uma vez que as meninas caíam na água, não havia necessidade de ter uma câmera na superfície.

"Não tinha interesse em fazer tomadas com reações de Taylor ou dos outros no barco. Imagina se em 'Gravity' você ficasse cortando para o posto de controle em terra, teria matado o filme", explicou.

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Esta visão levou Moore e Holt a passarem oito horas por dia, ao longo de oito semanas, dentro de um tanque, a seis metros de profundidade.

O filme, que inicialmente ia ser distribuído apenas em DVD, foi feito principalmente no Reino Unido, longe da paradisíaca costa mexicana que ilustra a história, e outra parte foi gravada na República Dominicana.

"Não tínhamos ideia do quão fisicamente desgastante seria", destacou Moore, que considerou que ela e Holt foram cobaias: "Ninguém sabia o efeito que teria passar oito semanas filmando debaixo d'água".

Uma máscara de mergulho com um visor especialmente grande foi projetada para que os espectadores pudessem ver melhor as expressões de Moore e Holt.
As atrizes podiam se comunicar através de um rádio, mas a comunicação com o resto da equipe de filmagem era feita através de sinais, enquanto as instruções do diretor chegavam por um alto-falante dentro do tanque de água.

Antes de começar a filmar, as atrizes fizeram um curso básico de mergulho.
Em uma cena, Holt tirou o equipamento e o colocou de volta na profundidade. "Eu estava bastante nervosa, mas havia pessoas cuidando de nós", disse a atriz australiana.

Em 2016 foram registrados no mundo 81 ataques de tubarões "não provocados", segundo o Arquivo Internacional de Ataques de Tubarões (AIAT), que a Universidade da Flórida administra desde 1987. Nenhum deles ocorreu no México.

Para Modine, que mergulha desde a adolescência, este é um "filme sobre erros humanos".

"É um filme de terror sem o aspecto sobrenatural, é algo que pode acontecer", disse à AFP.

O ator observou, no entanto, que as probabilidades de ser atacado por um tubarão são quase nulas.

"Temos mais chances de ser atingidos por um raio ou devorados por um hipopótamo", disse Modine, que lamentou a morte de 100 milhões de tubarões por ano nas mãos de humanos.

O Museu Internacional da Vida Silvestre de Tucson, no sudoeste dos Estados Unidos, calcula que a probabilidade de sofrer um ataque de tubarão é uma em quase quatro milhões.

Mas este animal tem tudo para ser o vilão perfeito, e 42 anos depois de "Tubarão", os filmes que incluem esqualos mantém os espectadores aflitos em suas poltronas.

É o medo ao desconhecido, à escuridão do oceano e ao imprevisível.

 

AFP

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