Saiba quais são os principais grupos terroristas do mundo
Diversos ataques têm aterrorizado os principais países europeus
Diariamente, grupos terroristas aparecem nas manchetes dos principais jornais do mundo todo. Não só pelos diversos atentados com homens-bomba, caminhão e armas brancas, mas também por causa de assassinatos brutais de civis e inocentes.
Somente em 2017, já foram alvos de ataques países como Alemanha, França, Inglaterra, Rússia e Suécia. Até o momento, o atentado do último dia 22 de maio, na Arena Manchester, que deixou 22 mortos e 59 feridos após um show da cantora norte-americana Ariana Grande, foi o com mais vítimas fatais.
Nos últimos anos, as células terroristas estão atuando cada vez mais e matando mais gente com a “utilização de instrumentos violentos e que causam medo e terror para a divulgação ou a afirmação de certas ideias políticas e religiosas”, explicou à ANSA Flávio de Leão Bastos Pereira, professor de Direitos Humanos da Universidade Mackenzie.
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“Os atentados terroristas têm uma característica terrível que é matar pessoas inocentes. Eles desarticulam toda a sociedade, que tende a adotar medidas [de segurança] extremistas também”, acrescentou.
Para Bastos Pereira, “foi com o fim da Guerra Fria que o radicalismo islâmico começou a gerar novos grupos”. Na ocasião, “eles passaram a adotar uma visão anti-Ocidente e uma implantação de um regime com leitura mais fundamentalista do alcorão”.
Desta forma, células terroristas como Al-Qaeda, Estado Islâmico (EI), Hamas, Talibã, Al Shabab, Boko Haram, ETA, IRA, Hezbollah, entre outros têm ameaçado populações e governos do Oriente Médio, da África e Ásia, além de causar pânico na Europa e na América do Norte, potenciais alvos de ataques.
Mas afinal, quem são os grupos e quais regiões ocupam? Grupos como EI, Al-Qaeda, Talibã e Boko Haram geralmente se consolidam em regiões de minorias excluídas, dentro de países que até hoje são ditaduras, monarquias absolutistas e com histórico de violação dos direitos humanos.
Confira os principais grupos terroristas espalhados pelo mundo: Al-Qaeda
Criado por Osama bin Laden, a Al-Qaeda, que significa base, “nasceu no fim de 1970, quando o Afeganistão lutava contra a União Soviética que havia invadido todo o país, portanto, lutavam contra um regime socialista”, explicou o professor do Mackenzie.
O principal objetivo da organização é unificar todos os muçulmanos para criar uma grande nação islâmica, segundo uma “fatwa”, espécie de decreto religioso, divulgado por Bin Laden em 1998.
O documento ainda diz que é dever de todos os muçulmanos declarar uma guerra santa contra os Estados Unidos e seus cidadãos, e a Israel.
O grupo atua principalmente no Oriente Médio, África e Ásia. Suas principais células são a Frente al Nusra, na Síria; AQPA, na Península Arábica; AQMI, no Magreb; e a do Iraque.
Um de seus ataques mais conhecidos foi o atentado às Torres Gêmeas e ao Pentágono em 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos.
Estado Islâmico, Isis ou Daesh
O grupo jihadista nasceu de uma dissidência da Al-Qaeda. O seu líder é Abu Bakr al-Baghdadi, que esteve à frente da Al-Qaeda no Iraque em 2010 e que havia participado da resistência à invasão dos Estados Unidos ao território iraquiano em 2003.
No entanto, no último dia 16 de junho, a Rússia afirmou que durante um ataque aéreo pode ter matado al-Baghdadi, considerado um califa – representante de Deus na terra – nos territórios da Síria e do Iraque.
O jihadista também é responsável por romper relações com a Al-Qaeda para assim ampliar seu território de atuação na Síria. O objetivo do grupo é estabelecer um califado, restaurar a ordem de Deus na Terra e defender a comunidade muçulmana contra infiéis – xiitas e não muçulmanos.
Além disso, o grupo pretende criar um estado regido pelo califa e baseado numa interpretação radical da sharia, a lei islâmica. O EI “não executa aquelas ações com grandes números de mortos como a Al-Qaeda, mas ele passa a ser um grupo de combate por ter homens radicalizados”, explicou o professor.
Entre os ataques mais sangrentos já reivindicados pelo EI está o atentado de Paris de 13 de novembro de 2015. Boko Haram e Província do Sinai estão entre os aliados do grupo.
Talibã
O grupo Talibã é um grupo político que atua no Paquistão e Afeganistão. O grupo comandou o Afeganistão desde 1996 até 2001, quando os EUA invadiram o país após os atentados de 11 de setembro.
Criado pelo mulá Mohammad Omar em 1994 em meio à guerra civil, o grupo sempre teve como objetivo retomar o poder no Afeganistão. Ele atua também no Paquistão. O Talibã é liderado por Akhtar Mansour e é responsável por tentar assassinar a vencedora do Nobel da Paz, a paquistanesa Malala Yousafzai.
Boko Haram
Boko Haram significa “a educação ocidental é pecaminosa” em hausa, idioma mais falado no norte da Nigéria. O grupo é uma organização anti-Ocidental que quer implantar a sharia - lei islâmica - no país.
Fundado em 2002, a organização só ganhou notoriedade maior em 2014 com o sequestro de 276 meninas de uma escola em Borno. Os atentados mais radicais aconteceram em 2009, quando o então líder e fundador, Mohammed Yusuf, foi assassinado pela polícia nigeriana.
Nascido de uma seita, o grupo foi declarado terrorista pelo departamento de Estado norte-americano em novembro de 2013. Seu objetivo é destruir o governo nigeriano e criar outro baseado nas leis islâmicas. O Estado Islâmico e a Al-Qaeda são seus aliados.
Hamas
O Hamas é considerado a maior organização islâmica nos territórios palestinos da atualidade. Um de seus criadores foi o xeque Ahmed Yassin, que pregava a destruição de Israel.
Seu nome é a sigla em árabe para Movimento de Resistência Islâmica. O grupo surgiu em 1987, após a primeira intifada, palavra que significa “revolta”, contra a ocupação israelense na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
Considerado também um partido político, o Hamas atua nos territórios da Palestina, tendo como objetivo a destruição do Estado de Israel e a consolidação do Estado da Palestina.
Al Shabab
O Al Shabab (A Juventude, em árabe), atua na Somália, Quênia, Etiópia e Djibuti. São afiliados da Al-Qaeda e buscam constituir um estado islâmico na região.
O grupo foi responsável por um ataque suicida duplo na capital de Uganda, Kampala, que matou 76 pessoas que assistiam pela televisão à final da Copa do Mundo de futebol da África do Sul, em 2010.
Fonte: ANSA
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