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Novo míssil norte-coreano teria capacidade de atingir bases americanas

07:53 | Mai. 15, 2017
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A Coreia do Norte anunciou que testou com sucesso um novo tipo de míssil, que seria capaz de transportar uma "potente ogiva nuclear" e atingir bases americanas no Pacífico.
Após o teste, Estados Unidos e Japão pediram a convocação de uma reunião em caráter de urgência do Conselho de Segurança da ONU, que pode acontecer na terça-feira. 
 
O presidente russo Vladimir Putin chamou nesta segunda-feira o lançamento de "contraproducente e perigoso", mas também pediu que se deixe de "intimidar a Coreia do Norte", ao mesmo tempo em que defendeu uma solução pacífica. 
 
O míssil lançado pela Coreia do Norte constituiu o primeiro teste com êxito de um novo modelo de foguete, afirmou nesta segunda-feira a imprensa estatal em Pyongyang. "Foi um míssil estratégico de médio a longo alcance recentemente desenvolvido, o Hwasong-12", informou a agência oficial KCNA, segundo a qual o líder norte-coreano Kim Jong-Un "supervisionou pessoalmente o lançamento do novo modelo de foguete". 
 
Algumas fotos mostram o dirigente em um hangar perto do míssil. Em outras imagens aparece aplaudindo, ao lado de oficiais, após o lançamento. 
 
Este foi o segundo lançamento de míssil em duas semanas e o primeiro desde que o presidente Moon Jae-In tomou posse na Coreia do Sul. 
 
O teste pretendia examinar "os detalhes técnicos e as características" de um novo tipo de foguete, "capaz de transportar uma carga nuclear grande e poderosa", assegura a KCNA.
O míssil seguiu a trajetória prevista, alcançando uma altura de 2.111,5 quilômetros e caindo a 787 quilômetros de distância do ponto de lançamento, "precisamente onde se desejava", destacou a agência oficial norte-coreana. 
 
Isto indicaria que o míssil pode ter um alcance de 4.500 quilômetros, de acordo com os especialistas.
 
O míssil permaneceu no ar durante meia hora, antes de cair no Mar do Japão, situado entre os dois países, segundo o porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga.
Outro míssil de teste lançado em março também caiu em uma área muito próxima do Japão, o que provocou alerta no governo de Tóquio. 
 
Desde o ano passado, a Coreia do Norte realizou dois testes de mísseis e dezenas de testes de mísseis balísticos, em uma tentativa de desenvolver armamento capaz de alcançar o território continental dos Estados Unidos. 
 
Washington advertiu que todas as opções militares estão sobre a mesa, embora recentemente o presidente americano Donald Trump tenha suavizado o discurso com a afirmação de que ficaria "honrado" de encontrar Kim Jong-un, caso as circunstâncias fossem apropriadas. 
 
De acordo com Jeffrey Lewis, do Middlebury Institute of International Studies, com sede nos Estados Unidos, "este é o míssil de maior alcance já testado pela Coreia do Norte".
O engenheiro aeroespacial John Schilling, citado pelo site especializado 38 North, disse que o foguete parece pertencer à categoria intermediária de míssil balístico, "capaz de atacar com precisão a base americana de Guam" no Pacífico. 
 
"E o que é mais importante, representa um avanço substancial para o desenvolvimento de um míssil balístico intercontinental (ICBM)", completou. 
 
Apesar de Washington não descartar nenhuma opção, Pequim já se mostrou contrária a qualquer uso da força contra Pyongyang, com receio das consequências que um conflito na península coreana pode ter em sua fronteira. 
 
A China sugere há várias semanas que a Coreia do Norte suspenda seu programa nuclear e balístico, ao mesmo tempo que os Estados Unidos encerrem os exercícios militares organizados na Coreia do Sul a cada ano. 
 
A proposta foi rejeitada por Washington, que deseja de Pequim uma aplicação mais rigorosa das sanções adotadas pela ONU contra o regime norte-coreano. "Que esta última provocação sirva de chamado a todas as nações para implementar sanções muito mais fortes contra a Coreia do Norte", afirmou a Casa Branca em um comunicado. 
 
A Rússia minimizou o teste norte-coreano. O ministério da Defesa de Moscou afirmou em um comunicado que o míssil caiu a 500 km de sua fronteira e que "não representa nenhum perigo" para o país. 
 
AFP 

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