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Japão chama para consultas seu embaixador em Seul

05:09 | Jan. 06, 2017
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O Japão chamou para consultas seu embaixador na Coreia do Sul, em protesto pela instalação de uma estátua diante de seu consulado em Busan (sul) em homenagem às vítimas da escravidão sexual durante a ocupação japonesa na Segunda Guerra Mundial.
O porta-voz do governo, Yoshihide Suga, anunciou a decisão nesta sexta-feira, em uma coletiva de imprensa, junto a outras medidas, que incluem a suspensão de negociações econômicas de alto nível. "O governo japonês considera que se trata de uma situação altamente lamentável", disse o porta-voz. Os historiadores calculam que 200.000 mulheres asiáticas foram convertidas em escravas sexuais pelo Japão. Procedentes de Coreia, China, Filipinas ou outros países, as mulheres foram obrigadas a trabalhar nos bordéis do exército imperial japonês. A maioria das meninas recrutadas na Coreia tinham entre 14 e 18 anos. Depois da guerra, muitas sobreviventes esconderam esta experiência traumática. O Japão se desculpou pelos crimes que seu exército cometeu contra estas mulheres, mas nega qualquer responsabilidade oficial na conduta dos bordéis e rejeita as propostas de Seul de discussões bilaterais para estudar os pedidos das sobreviventes. "Japão e Coreia do Sul confirmaram o acordo concluído em 2015 que resolvia o tema das mulheres de conforto de maneira definitiva e irreversível", disse o porta-voz japonês. "Apesar disso, foi instalada uma estátua (em Busan), o que tem consequências deploráveis para as relações entre os dois países", acrescentou. Além de chamar o embaixador Yasumasa Nagamine para consultas, Suga disse que o Japão também havia convocado seu cônsul-geral em Busan e suspendido negociações bilaterais em matéria monetária. "O governo japonês seguirá insistindo com firmeza junto ao governo da Coreia do Sul e às autoridades municipais correspondentes para que retirem rapidamente a estátua", disse. A estátua havia sido retirada inicialmente depois de uma primeira instalação por ativistas coreanos nesta cidade portuária. No entanto, as autoridades locais mudaram de ideia após a situação criada por outra controvérsia, gerada pela ministra da Defesa do Japão, que no fim de dezembro visitou o polêmico santuário de Yasukuni de Tóquio. Seul considera que o Japão não se arrependeu o bastante dos crimes cometidos por seus soldados durante a expansão colonialista do arquipélago, entre 1910 e 1945. E cada visita ao Yasukuni reaviva sua revolta. O santuário, que honra a memória dos 2,5 milhões de soldados japoneses mortos desde a metade do século XIX, é polêmico na Ásia desde que em 1978 foram inscritos, às escondidas, os nomes de 14 criminosos de guerra condenados pelos aliados após a Segunda Guerra Mundial.

 

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AFP 

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