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Samsung e empresas suspeitas de corrupção interrogadas na Coreia do Sul

12:22 | Dez. 05, 2016
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Os deputados sul-coreanos começaram nesta segunda-feira uma série de audiências extraordinárias para interrogar as elites empresariais sobre o escândalo de corrupção que agita o país, e no qual a presidente Park Geung-hye está envolvida.

Os poderosos executivos de conglomerados familiares, conhecidos como "chaebols", como Samsung e Hyundai, figuram entre os empresários que serão interrogados por uma CPI antes de uma votação na próxima sexta sobre o impeachment da presidente.

No centro do escândalo se encontra uma ex-confidente da presidente, Choi Soon-sil, suspeita de ter obtido dos grupos industriais "doações" no valor de 70 milhões de dólares para duas fundações de origem duvidosa.

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Por sua parte, a promotoria acusa a presidente de cumplicidade com sua amiga, detida no início de novembro por fraude e abuso de poder, acusada de ter desviado uma parte das "doações" para fins pessoais.

Choi, que desmente todas as acusações, está intimada pelo Parlamento para falar na quarta-feira, mas já disse que não se apresentará por motivos de saúde.
Nesta segunda, vários funcionários da Casa Azul, a presidência sul-coreana, compareceram no Parlamento.

A Comissão Parlamentar interrogará na terça importantes empresários, entre eles o provável herdeiro do império Samsung, Lee Jae-yong, o presidente da Hyundai, Chung Mong-koo, e sete outros magnatas da indústria (LLG, Lotte, Hanjin, CJ...).

Estas personalidades se encontram entre as famílias mais ricas e poderosas da Coreia do Sul. Segundo fontes empresariais citadas pelo jornal Chosun Ilbo, muitos desses magnatas estão se preparando para evitar qualquer humilhação pública, ensaiando as respostas preparadas para possíveis perguntas.

Alguns deles inclusive se informaram sobre o preço de uma passagem de metrô, caso precisem demonstrar se conhecem os custos da vida real, explica Chosun.
Os dirigentes das "chaebols" não estão acostumados a se justificar, nem mesmo ante seus acionistas.

"Isso faz parte da cultura empresarial viciada da Coreia do Sul, totalmente arraigada, em que as famílias fundadoras são tratadas como se fossem realeza", explica Shim Jung-taik, autor de vários livros sobre a Samsung.

"Em épocas normais, nenhum deles teria participado destas audiências. Mas a revolta da opinião pública (...) é muito importante para ser ignorada, inclusive pela elite", diz.

Samsung, o maior conglomerado do país, é o que doou mais dinheiro às fundações de Choi, no total 20 bilhões de wones (17 milhões de dólares), seguido da Hyundai, SK, LG e Lotte. A promotoria ordenou a revista da sede da Samsung, entre outras empresas.

O grupo também é acusado de ter financiado, por um valor de vários milhões de dólares, a formação equestre da filha de Choi na Alemanha.

Por outro lado, a promotoria também quer saber se a Samsung pressionou o governo para obter apoio do organismo nacional de previdência em uma controvertida fusão realizada em 2015.

AFP

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