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Rebeldes sírios lançam ofensiva para romper cerco a Aleppo

12:57 | Ago. 01, 2016
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Insurgentes iniciam esforço para reverter domínio do regime sobre áreas ocupadas. Até agora, poucos civis usaram corredores humanitários abertos por Rússia e Síria para escapar da cidade sitiada. Rebeldes sírios liderados por duas das mais poderosas forças jihadistas do país abriram na noite deste domingo (31/07) uma ofensiva contra o Exército sírio e milicianos apoiados pelo Irã no sudoeste de Aleppo, numa tentativa de reverter o cerco imposto pelo governo ao leste da cidade. O grupo salafista Ahrar al-Sham e seu aliado Frente da Conquista do Levante conhecida como Frente Al Nusra antes de se desvincular da rede terrorista Al Qaeda, na semana passada tomaram uma série de territórios das mãos de forças do regime sírio, de milícias iranianas e do Hisbolá, ao sul e sudoeste de Aleppo. O Exército sírio confirmou a ofensiva rebelde, mas disse ter repelido forças insurgentes de pontos estratégicos. "Batalha longa e difícil" O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que monitora a violência no país árabe em meio à guerra civil que já dura cinco anos, afirmou que "vai ser uma batalha longa e difícil." "O Exército é apoiado por um grande número de iranianos e combatentes do Hisbolá, para não mencionar os aviões russos", disse Rami Abdurrahman, chefe do observatório, sediado em Londres. Em meados de julho, o Exército sírio e milicianos apoiados pela Rússia cercaram o leste de Aleppo, região até então controlada pelos rebeldes, onde dezenas de milhares de civis continuam morando. Foi um grande golpe contra a oposição, que controla a parte oriental da cidade desde 2012. Conquistar Aleppo inteiramente, que era a maior cidade síria antes da guerra, seria uma grande vitória para o presidente Bashar al-Assad. Ao mesmo tempo, reabrir as linhas de abastecimento à cidade poderia manter a rebelião viva. O papel da Frente da Conquista do Levante também levanta questões sobre o relacionamento do grupo jihadista com outras facções rebeldes. O distanciamento da Al Qaeda na semana passada é visto por muitos analistas e pelos EUA como nada mais do que um esforço para esconder as ligações ideológicas e operacionais entre a Frente da Conquista do Levante e o movimento jihadista global. Os EUA vêm pressionando os grupos rebeldes para se distanciarem da antiga Frente Al Nusra e, ao mesmo tempo, discutem com a Rússia uma cooperação contra o grupo terrorista. Rússia e Síria argumentam que as facções rebeldes apoiadas pelos EUA estão próximas da Al Nusra e operam no mesmo campo de batalha, tornando-os, assim, alvos legítimos. Negociações internacionais anteriores falharam em parte por conta do contínuo bombardeio russo e sírio contra os chamados rebeldes moderados, que têm ligações com a Al Nusra. Corredores humanitários A ofensiva em Aleppo ocorre dias após Síria e Rússia abrirem corredores humanitários no norte do país para permitir que 250 mil civis fujam da cidade sitiada e dar uma chance para que os combatentes rebeldes se rendam. Até agora, poucos moradores da região usaram essas vias. A oposição rejeitou os corredores controlados pelos russos, afirmando que eles não seriam nada mais do que propaganda e guerra psicológica. A ONU expressou preocupação com o fato de os corredores poderem ser usados para despovoar a cidade e ajudar, assim, as forças do governo a recapturar áreas das mãos dos rebeldes. FC/afp/rtr

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