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Na Rússia, Steinmeier defende Acordo de Minsk sobre Ucrânia

08:37 | Ago. 15, 2016
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Ministro Frank-Walter Steinmeier (esq.) se reúne com colega de pasta Sergei Lavrov em EcaterimburgoMinistro alemão do Exterior e homólogo russo negociam retomada do processo de paz na Ucrânia, ameaçado por novas tensões na Península da Crimeia. Moscou e Kiev se acusam mutuamente de violações. O ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, declarou nesta segunda-feira (15/08) que o Acordo de Minsk deve ser mantido como a base do processo de paz na Ucrânia, apesar do recente aumento das tensões na Península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. A declaração foi feita durante encontro com o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, em Ecaterimburgo. Na semana anterior, o presidente Vladimir Putin acusou a Ucrânia de utilizar táticas terroristas para tentar provocar um novo conflito e desestabilizar a Crimeia. Kiev nega as acusações. Segundo Putin, até o momento não haveria motivo para se realizarem novas negociações sobre o processo de paz na Ucrânia, durante a reunião dos países do G20 em setembro, na China. Essa recusa alimentou os rumores de que Moscou poderá abandonar as conversações. O ministro russo do Exterior rebateu que seu país cumprirá sua parte, dentro do que ficou estabelecido no Acordo de Minsk. Assinado em fevereiro de 2015, o pacto intermediado pela Alemanha e a França estabelece condições para um cessar-fogo na região. A Rússia acusou diversas vezes a Ucrânia de não honrar os compromissos assumidos, enquanto Kiev culpa o Kremlin pelo acirramento das tensões no leste ucraniano, com seu apoio a grupos separatistas pró-Rússia. Lavrov assegurou que seu país fornecerá novas provas de a Ucrânia realizou incursões armadas na Crimeia, numa suposta estratégia para desestabilizar a na península. Contudo o ministro descartou a possibilidade de um corte nas relações diplomáticas entre os dois países. Cessar-fogos temporários na Síria Steinmeier pediu que a Rússia trabalhe para permitir o acesso de ajuda humanitária à cidade de Aleppo, na Síria, dividida entre áreas controladas pelo regime e pela oposição. "Acredito que as armas devem ser silenciadas para que a população possa ser abastecida com itens de primeira necessidade", disse o ministro alemão. Lavrov alegou que grupos rebeldes utilizam os cessar-fogos temporários para se reagrupar e rearmar, o que impederia que as tréguas sejam mantidas por períodos mais longos. Ao mesmo tempo, admitiu que não estão sendo suficientes as tréguas diárias de curta duração, para permitir a entrada de ajuda e a saída de civis das regiões sitiadas. No entanto ele rejeitou o pedido de Steinmeier por tréguas mais prolongadas, pois para tal, "é necessário resolver questões referentes à luta contra os terroristas". Steinmeier e Lavrov admitem que as tensões na Síria e na Ucrânia abalaram as relações diplomáticas entre seus países. "Estou convencido de que o relacionamento vai se estabilizar mais cedo ou mais tarde", comentou o ministro russo, ressaltando que Berlim é um importante parceiro estratégico de Moscou. RC/rtr/dpa

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