Participamos do

Oposição venezuelana espera autorização para avançar com referendo

"Todos queremos o revogatório já. Ninguém duvida na defesa do referendo, nem na celebração de eventos nas ruas para promover a pressão cidadã sobre um Poder Eleitoral que anda montado em uma bicicleta para que não aconteça este ano", afirmou o presidente do Parlamento
08:54 | Jun. 07, 2016
Autor O POVO
Foto do autor
O POVO Autor
Ver perfil do autor
Tipo Notícia

A oposição venezuelana espera que as autoridades eleitorais divulguem nesta terça-feira, 7, um mapa do caminho para o referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro e, com este objetivo, organizará um novo protesto diante da sede do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

A passeata começará durante a manhã em Bello Monte, zona leste de Caracas. O aguardado encontro entre dirigentes da Mesa da Unidade Democrática (MUD) e do CNE pode acontecer às 15H00 locais (16H00 de Brasília), mas não está confirmado oficialmente.

"Todos queremos o revogatório já. Ninguém duvida na defesa do referendo, nem na celebração de eventos nas ruas para promover a pressão cidadã sobre um Poder Eleitoral que anda montado em uma bicicleta para que não aconteça este ano", afirmou o presidente do Parlamento, que tem maioria opositora, Henry Ramos Allup.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

Centenas de opositores se concentraram na segunda-feira em uma praça da zona leste de Caracas para exigir ao CNE, acusado de atuar a favor do governo, o anúncio do cumprimento do mínimo de 200.000 assinaturas válidas, de 1,8 milhão apresentadas em 2 de maio para ativar o referendo.

A MUD tem pressa para que o CNE autorize o início da ratificação das assinaturas com impressão digital, completando assim a fase de ativação da consulta, que depois exigirá a apresentação de quatro milhões de assinaturas para a convocação do referendo.

Em sua luta contra o tempo, a oposição pressiona para realizar o referendo antes de janeiro de 2017 - quando o mandato presidencial completará quatro anos -, porque se Maduro for derrotado antes, novas eleições serão convocadas. Se a consulta acontecer no próximo ano, em caso de derrota o chefe de Estado seria substituído pelo vice-presidente.

"Este ano não haverá referendo", declarou na segunda-feira o vice-presidente Aristóbulo Istúriz, antes de afirmar que o revogatório não é o objetivo da oposição, e sim "a violência", em uma referência aos protestos convocados pela MUD.

As duas passeatas em direação ao CNE organizadas pela MUD no último mês não conseguiram chegar à sede do poder eleitoral, depois que foram bloqueadas e dissolvidas com gás lacrimogêneo por policiais e militares, mas sem incidentes graves.

AFP

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente