
Chefe de governo alemã apoia promessa para que China seja reconhecida como economia de mercado. Países europeus temem que medida prejudique setor de manufaturas.
Durante visita oficial à China, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, se dispôs nesta segunda-feira (13/06) a mediar negociações com líderes europeus para que o país asiático seja reconhecido como uma economia de mercado.
Com o novo status, a China teria maior facilidade para exportar produtos a economias ocidentais, principalmente da União Europeia. A medida também reduziria consideravelmente a possibilidade de aplicação de medidas protecionistas contra a economia chinesa.
A Organização Mundial do Comércio (OMC) tem que tomar uma decisão até o final deste ano, quando expira o prazo de 15 anos dado à China para reduzir a intervenção estatal na economia e liberar os preços.
O país foi aceito na OMC em 2001 sob a condição de cumprir os requisitos. O reconhecimento como economia de mercado pode relaxar algumas regulamentações antidumping aplicadas sobre as exportações chinesas.
"Não queremos uma guerra de mercado"
O temor de várias economias ocidentais é que os produtos subsidiados chineses ameacem a indústria estrangeira, principalmente no setor de aço. A UE acusa a China de exagerar na produção da matéria-prima e praticar preços desleais, barateando as exportações apesar da baixa demanda.
O premiê chinês, Li Keqiang, disse que não quer travar uma guerra com os líderes dos 28 países-membros da UE.
"A China já cumpriu com suas obrigações para fazer parte da OMC. O que é preciso agora é que as outras partes cumpram com as obrigações que prometeram", afirmou Li. "Não vamos travar uma guerra de mercado, porque isso não vai beneficiar ninguém."
Merkel apelou para que a discussão não seja ditada por emoções. "Tenho convicção que podemos encontrar uma solução de acordo com o que foi prometido 15 anos atrás", declarou, complementando: "A Alemanha sempre se apresentou como um mercado aberto ao investimento. Esperamos reciprocidade também do lado chinês."
Promessas
Críticos acusam a China de não seguir a agenda de reformas e de introduzir novas normas para restringir o acesso ao seu mercado. "Os fatos mostram que o mercado chinês é aberto. E nós seremos ainda mais abertos", disse Li.
Ele garantiu que a China vai controlar a produção de aço, ressaltando que medidas de proteção de mercado unilaterais não solucionarão o problema. "Daremos mais passos baseados no princípio de tratar todos de forma igualitária, justa e transparente", prometeu.
China e Alemanha assinaram acordos no valor de 2,7 bilhões de euros e cooperações em diversas áreas. A Alemanha é o maior parceiro comercial da China na União Europeia.
KG/rtr/dpa
Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente