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Exército da Nigéria afirma ter libertado segunda menina de Chibok

08:12 | Mai. 20, 2016
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Imagem da menina libertada que foi divulgada pelo nigeriano ExércitoJovem é resgatada por militares após combates com extremistas do Boko Haram, mas ativista afirma que ela não está na lista de raptadas há mais de dois anos pelo grupo. O Exército da Nigéria afirmou que foi libertada nesta quinta-feira (19/05) mais uma das 219 meninas raptadas há mais de dois anos pela milícia terrorista Boko Haram numa escola no vilarejo nigeriano de Chibok. Porém, ativistas duvidaram da veracidade da informação, afirmando que a menina não está na lista das raptadas. Yakubu Nkeki, que lidera o grupo de pais das desaparecidas, disse que a menina, identificada como Serah Luka, filha de um pastor, não consta na lista das raptadas pelo Boko Haram. A menina é uma das 97 mulheres e crianças que foram libertadas nesta quinta-feira na floresta de Sambisa, no estado de Borno, por militares, após combates que resultaram na morte de 35 militantes, segundo o Exército. A jovem disse a eles que é filha de um pastor cristão de Madagali, no estado vizinho de Adamawa, e estava em Chibok para prestar exames escolares. Nkeki acrescentou que, entre as raptadas, não há nenhuma menina de Madagali. Em abril do ano passado, 276 estudantes foram raptadas pelos extremistas em Chibok, a cerca de 100 quilômetros da floresta de Sambisa. Destas, 57 conseguiram fugir, mas 219 permaneciam sob poder dos terroristas. Uma campanha internacional pela libertação das jovens foi deflagrada. A hashtag #bringbackourgirls ("tragam de volta nossas meninas") foi amplamente divulgada nas redes sociais, chegando a ser postada em torno de 3,3 milhões de vezes. Nesta terça-feira foi recuperada a primeira das meninas de Chibok, Amina Ali Darsha Nkeni, localizada por um grupo de vigilantes civis na floresta de Sambisa, em Borno, perto da fronteira com Camarões. Amina foi recebida pelo presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, que afirmou ter esperanças de que sejam resgatadas mais de 200 jovens que ainda estão em poder do Boko Haram. Buhari afirmou que seu governo faz "todo o possível para resgatar as meninas de Chibok" e que as autoridades permitirão que Amina, que é mãe de um bebê de quatro meses, volte a estudar. Ela teria informado seus familiares que a maioria das meninas de Chibok ainda estaria na floresta de Sambisa, mas que seis delas teriam morrido. O Exército afirmou ter detido um militante do Boko Haram que supostamente seria o marido de Amina. "Acreditamos que iremos resgatar as demais meninas nas próximas semanas", afirmou o governador do estado de Borno, Kashim Shettima, confirmando que uma operação militar já está em andamento. A insurgência do Boko Haram no nordeste da Nigéria já dura seis anos, com o objetivo de criar um estado islamista na região. O grupo, que no ano passado jurou lealdade à organização extremista "Estado Islâmico" (EI), ainda utiliza ataques a bomba e sequestros como armas de guerra. O conflito já fez mais de 20 mil vítimas e forçou o deslocamento de 2,6 milhões de pessoas. Abaixo, os principais eventos referentes ao sequestro das meninas de Chibok: 14 de abril de 2014 Milicianos do Boko Haram sequestram 276 meninas de uma escola secundária em Chibok, no estado de Borno. A maioria delas tinha entre 16 e 18 anos. Mais tarde, 57 fugiriam, mas 219 ainda estavam desaparecidas. 19 de abril de 2014 Autoridades militares da Nigéria informaram em comunicado que a maioria das meninas teria escapado ou sido libertadas, e que apenas oito delas tinham o paradeiro desconhecido. Um porta-voz das Forças Armadas admitiu que essa informação era incorreta, mas disse que "não tinha a intenção de enganar o público". Os pais das meninas insistiam que mais de 200 ainda estavam desaparecidas. 23 de abril de 2014 O sequestro levou os nigerianos a expressar nas redes sociais seu descontentamento com a reação do governo. Ibrahim Abdullahi, um advogado de Abuja, foi o primeiro a postar no Twitter a hashtag #bringbackourgirls 5 de maio de 2014 O líder do Boko Haram Abubakar Shekau divuga vídeo afirmando que seu grupo estava por trás do sequestro e ameaçou vender as meninas como "escravas". 7 de maio de 2014 A hashtag #bringbackourgirls atinge 1 milhão de postagens no Twitter, com o apoio da primeira-dama dos EUA, Michelle Obama, e da ativista Malala Yousafzai, que aderiram à campanha. 13 de abril de 2016 Nos dois anos do sequestro, a emissora CNN divulga um vídeo com imagens de 15 das meninas de Chibok. 18 de maio de 2016 Amina Ali, uma das 219 meninas sequestradas pelo Boko Haram em 2014, é encontrada na floresta de Sambisa por um gripo de vigilantes civis. "As famílias das outras meninas ainda têm esperanças de que elas retornem em segurança" afirmou o ativista dos direitos civis Jeff Okoroafor. RC/rtr/afp/dw

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