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Cameron admite que possuiu ações em fundo offshore

18:13 | Abr. 07, 2016
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Fundo de investimentos pertencia a pai de premiê britânico e foi revelado nos "Panama Papers". Cameron ressalta que vendeu participação antes de assumir cargo e pagou os impostos referentes à transação. Depois de ter familiares citados no escândalo dos "Panama Papers", o primeiro-ministro britânico, David Cameron, admitiu nesta quinta-feira (07/04) que possuía até 2010 ações em um fundo de investimentos offshore que pertencia a seu pai, Ian Cameron. Em entrevista à emissora de televisão britânica ITV, Cameron reconheceu ter sido titular de 5 mil títulos da Blairmore Investment Trust e ressaltou que vendeu as ações do fundo em 2010, alguns meses antes de assumir o cargo de primeiro-ministro. A transação movimentou cerca de 37 mil euros. "Paguei os impostos sobre os lucros", disse Cameron, afirmando que não tem nada a esconder. Segundo o premiê, as ações foi adquiridas em 1997. O nome de Ian Cameron aparece entre os 11,5 milhões de documentos internos do escritório panamenho de consultoria e advocacia Mossack Fonseca, revelados na série de reportagens chamada "Panama Papers". O vazamento mostrou detalhes de centenas de milhares de clientes que supostamente utilizam paraísos fiscais no exterior para evasão fiscal, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e armas. Ian Cameron, juntamente com outros membros do Partido Conservador, aparece em uma lista de clientes que teria, supostamente, realizado negócios com a Mossack Fonseca. De acordo com documentos, o pai do primeiro-ministro era diretor da Blairmore Holdings, um fundo de investimento com domicílio nas Bahamas criado em 1980 e que ainda existe. O pai do premiê faleceu em 2010. Desde a revelação do escândalo, o premiê negava qualquer envolvimento no negócio. A porta-voz de Cameron afirmou na terça-feira que nem o primeiro-ministro, sua esposa e filhos foram beneficiados com fundos offshore e reiterou a afirmação na quarta-feira. O líder da oposição no Reino Unido, Jeremy Corbyn, pediu a abertura de um inquérito independente sobre as acusações em relação à família de Cameron. Governos de diversos países iniciaram investigações sobre possíveis práticas ilegais de políticos e personalidades que, supostamente, possuiriam contas em paraísos fiscais, após os documentos revelados pelos "Panama Papers". CN/lusa/rtr/afp

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