Coreia do Sul suspende operações em complexo industrial intercoreano
O Ministério da Unificação da Coreia do Sul, que lida com as relações intercoreanas, disse que tinha informado a Coreia do Norte da sua decisão de suspender as operações no Complexo Industrial de Kaesong, que fica ao norte da zona desmilitarizada que separa as duas Coreias.
"Provocações da Coreia do Norte são um desafio direto para a paz e a estabilidade na Península Coreana e na comunidade internacional e as suas ações são absolutamente inaceitáveis", disse um representante do Ministério da Unificação em comunicado.
O complexo de Kaesong está localizado poucos quilômetros após a fronteira, no território norte-coreano, e possui 124 empresas sul-coreana que empregam cerca de 50 mil trabalhadores norte-coreanos. Ele foi idealizado pelos governos dos dois países nos anos 1990, e começou a ser construído em 2003 e inaugurado em 2004. Apesar de estar na Coreia do Norte, a maior parte dos investimentos em desenvolvimento vinha do vizinho do sul.
O governo sul-coreano também anunciou que intensificará a propaganda sonora na fronteira com a Coreia do Norte, que conta com alto-falantes que divulgam em volume máximo uma programação que inclui música pop, boletins informativos e mensagens de propaganda contra a Coreia do Norte.
O comunicado alertou também que o avanço da Coreia do Norte em direção a armas nucleares poderia levar outros países a reforçar sua segurança, o que poderia "até mesmo levar a um efeito dominó nuclear".
A suspensão das operações "é a única coisa que resta dos 10 anos de tentativas para melhorar o relacionamento entre as duas Coreias", disse John Delury, especialista em assuntos coreanos na Universidade Yonsei.
Kaesong é uma importante fonte de renda para Pyongyang, que gerou cerca de US$ 120 milhões no ano passado em salários aos trabalhadores diretamente, segundo o Ministério da Unificação.
"Parece que esses fundos não foram utilizados para preparar o caminho para a paz como a comunidade internacional esperava, mas sim para atualizar suas armas nucleares e mísseis de longo alcance", disse o Ministério da Unificação. Fonte: Dow Jones Newswires.
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