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Tragédia no Adriático deixa número incerto de vítimas e muitas perguntas

11:38 | Dez. 30, 2014
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Número oficial de pessoas a bordo de balsa é superior ao total de resgatados, e autoridades não sabem se lista está incorreta ou se há mais desaparecidos. Promotor pede investigação para apurar presença de clandestinos. O número oficial de mortos no incêndio da balsa Norman Atlantic no Mar Adriático é de dez pessoas nesta terça-feira (30/12), mas não se sabe ao certo se há ainda mais vítimas fatais na tragédia, que deixou várias perguntas sem resposta. O número oficial de pessoas a bordo, segundo a lista entregue pela empresa que operava a balsa, era de 478, sendo 427 passageiros e 56 tripulantes. Mas foram resgatadas apenas 427 pessoas, às quais se somam os dez mortos. Além disso, há relatos de pessoas resgatadas que não estavam na lista oficial, o que sugere que havia clandestinos a bordo. O ministro italiano dos Transportes, Maurizio Lupi, disse que não está claro se a lista de passageiros divulgada pela empresa Anek é precisa em relação ao número de pessoas a bordo, tendo em conta que a embarcação fez uma escala numa ilha grega antes do acidente, no domingo de manhã. Além disso, há a possibilidade de que alguns passageiros simplesmente não apareceram para o embarque. "Há uma lista de embarque na qual se encontram os nomes dos 427 passageiros e 56 tripulantes. Cabe ao porto de embarque comparar a sua lista com a das pessoas [salvas]. É por isso que estamos prolongando as operações de busca: não conseguimos saber qual era o número exato", explicou Lupi. As operações de resgate duraram 24 horas, em meio a uma forte tempestade de inverno, tendo começado no domingo e terminado apenas na segunda-feira. O ministro grego da Marinha, Miltiadis Varvitsiotis, reconheceu que a lista é "possivelmente imprecisa", mas reclamou de má comunicação com a Itália. "Tenho sérias dúvidas de que todos os nomes na lista são verdadeiros. Temos duas pessoas com o mesmo nome, que confirmamos se tratar de uma só", afirmou Varvitsiotis. Ele disse ainda que entre os passageiros resgatados havia cerca de 20 pessoas que não constavam na lista original. Nesta terça-feira, o promotor público da cidade italiana de Bari, Giuseppe Volpe, ordenou que a balsa, que está na costa da Albânia, seja levada ao porto italiano de Brindisi para que seja submetida a uma investigação criminal. Ele disse suspeitar que haja mais corpos no setor de cargas da balsa, argumentando haver evidências de que imigrantes viajavam como clandestinos na embarcação. Entre as pessoas que desembarcaram em Bari havia dois afegães e um sírio, e um deles já teria solicitado asilo, afirmou. Também nesta terça, a marinha italiana noticiou que dois marinheiros albaneses que participaram das operações de resgate morreram a bordo de um rebocador, atingidos quando cabos que prendiam a embarcação à balsa se romperam, o que elevou o número de vítimas fatais relacionadas ao acidente para 12. RC/afp/dpa/ap

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