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"Sequestro poderia ter sido evitado", admite premiê da Austrália

10:22 | Dez. 18, 2014
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Tony Abbott diz que "atrocidade" em cafeteria de Sydney foi "chamado para acordar". Críticos exigem explicações sobre por que sequestrador estava em liberdade, apesar de sérias acusações criminais. O primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, admitiu nesta quinta-feira (18/12) que o sequestro numa cafeteria em Sydney, que resultou na morte de dois reféns e do próprio sequestrador, poderia ter sido evitado. "Isso [o sequestro] foi um horrível 'chamado para acordar'. Foi uma atrocidade uma atrocidade que poderia muito bem ser evitável. E é por isso que essa rápida e completa análise é tão importante", afirmou o chefe de governo australiano a uma rádio local. Sob a pressão de críticos exigindo saber por que o sequestrador Haron Monis estava livre sob fiança, apesar de enfrentar uma série de acusações de violência e extremismo, Abbott ordenou um inquérito sob caráter de urgência sobre as circunstâncias da tragédia. Entre as acusações contra o iraniano de 50 anos de idade estão vários casos de assédio sexual e cumplicidade no assassinato de sua ex-esposa, Noleen Hayson Pal, com quem teve dois filhos. Documentos judiciais detalham um longo histórico criminoso de Monis. Em 2011, a ex-esposa avisou a polícia que estava sofrendo ameaças do iraniano. "Se eu não começar a ver os meninos mais do que estou agora, farei você pagar por isso nem que isso signifique que eu tenha que atirar em você", teria dito Monis, segundo relatou Pal em 2012. Ela também afirmou que o ex-marido ficou mais paranoico quando começou a mergulhar em suas atividades islâmicas. Monis acabou sendo considerado inocente. Um ano depois, Pal foi morta a facadas e incendiada. Monis, portanto, era bem conhecido pelas autoridades, mas não estava em nenhuma lista de observação antiterrorista. Na última segunda-feira, ele fez 17 reféns e pendurou uma bandeira islâmica numa cafeteria no centro de Sydney. O sequestro durou mais de 16 horas. Além de Monis, o gerente do café e uma das reféns morreram quando a polícia australiana invadiu o estabelecimento e encerrou o sequestro. Pai de refém dá detalhes sobre fuga Os detalhes sobre por que a polícia resolveu invadir a cafeteria naquele momento ainda são vagos. Porém, segundo o pai de um dos sobreviventes, a ação policial foi provocada por um grupo de reféns que julgaram que "não iriam sobreviver até o amanhecer se não fizessem algo". Bruce Herat, pai do jovem Joel Herat, disse que Monis estava agitado e começou a dividir os reféns em grupos. "Naquele ponto, Joel e outros cinco chegaram à conclusão de que não iriam sobreviver até o amanhecer se não fizessem algo", disse, acrescentando que o grupo decidiu, então, arrombar uma porta. Justamente esse grupo foi visto fugindo da cafeteria poucos instantes antes da invasão policial. O departamento da polícia australiana ainda não fez comentários sobre a sequência dos acontecimentos. PV/ap/afp

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