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Fifa decide publicar relatório de investigador sobre acusações de corrupção

13:44 | Dez. 19, 2014
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Documento será publicado "de forma apropriada" e com trechos ocultados para proteger testemunhas. Entidade reitera que não vai revogar escolha da Rússia e do Catar para sediar Mundiais. O comitê executivo da Fifa decidiu publicar o relatório do ex-investigador do comitê de ética Michael García sobre as acusações de corrupção na entidade, afirmou nesta sexta-feira (19/12) o presidente da Federação Internacional de Futebol, Joseph Blatter. Em declaração, Blatter informou que o relatório de García será publicado "de forma apropriada", enquanto continuam as investigações sobre um série de executivos da Fifa, envolvidos no processo de escolha das sedes dos Mundiais de Futebol de 2018 e 2022, Rússia e Catar. A decisão foi tomada após o comitê executivo da Fifa se reunir por dois dias em Marrakesh, no Marrocos, sob forte esquema de segurança. Na próxima semana, o comitê de ética da Fifa vai determinar que passagens do relatório de García serão cobertas por tarjas pretas, principalmente para proteger as testemunhas. Resumo controverso A Fifa responde, assim, às exigências de publicação, na íntegra, do documento elaborado pelo investigador, que elaborou o relatório inicial sobre as acusações de corrupção. Nesta quarta-feira, García renunciou a seu posto no comitê de ética, dizendo que perdeu a confiança no presidente do comitê, o jurista alemão Hans Joachim Eckert. O anúncio de demissão se seguiu à decisão da Fifa de rejeitar o apelo de García contra o resumo de seu relatório. Das 430 páginas do documento elaborado pelo investigador, Eckert divulgou somente um comunicado de 42 páginas. García alegou que a versão final do relatório ignorou fatos decisivos detalhados por ele. Blatter afirmou estar desapontado que a cooperação García tenha chegado ao fim dessa forma. "Quero esclarecer que nosso comprometimento com padrões éticos está mais forte do que nunca", acresceu. O comitê executivo decidiu nomear o jurista suíço Cornel Borbely para suceder García como investigador-chefe do comitê de ética. Decisão sobre Rússia e Catar Embora o comitê de ética tenha constatado infrações em praticamente todos os candidatos a sediar os Mundiais de 2018 e 2022, nenhuma delas foi considerada grave o suficiente para influenciar a polêmica votação de dezembro de 2010. Após o comitê de ética da Fifa ter inocentado Rússia e Catar da acusação de corrupção, a federação recebeu duras críticas. Blatter reiterou que o relatório de García "faz parte da história" e que quer focar no futuro. Por essa razão, a Fifa não vai revogar o processo de escolha da Rússia e do Catar. O presidente da Fifa informou ainda que especialistas jurídicos externos, contratados pelo chefe do comitê de auditoria da Fifa, Domenico Scala, "apoiam o ponto de vista de que não há nenhum motivo legal para revogar a decisão do comitê executivo sobre a escolha das Copas do Mundo de 2018 e 2022". "No momento, não há nenhuma, absolutamente nenhuma razão para repensar nossa decisão sobre o Catar", reiterou Blatter. O mesmo vale para a Rússia. Segundo o jornal alemão Die Welt, o comitê executivo da Fifa estabeleceu um ultimato ao Catar para que melhore a situação de direitos humanos no emirado. Um comitê de avaliação independente deverá ser organizado até o dia 15 de março do ano que vem. CA/dpa/rtr/sid

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