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Falta de recursos leva ONU a suspender ajuda humanitária para refugiados sírios

11:10 | Dez. 02, 2014
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Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas anunciou o corte da ajuda humanitária por falta de recursos. Mais de 1,7 milhão de refugiados no Líbano e na Jordânia podem passar fome no inverno caso doações não cheguem. O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM) anunciou nesta terça-feira (02/12) a suspensão da ajuda humanitária a mais de 1,7 milhão de refugiados sírios, em razão de uma crise financeira gerada por doações prometidas, mas não efetuadas. "Para os refugiados que lutam para sobreviver no inverno severo, as consequências do cancelamento da ajuda serão devastadoras", alertou o PAM. A agência da ONU distribui vales para a compra de alimentos em estabelecimentos locais, nos países vizinhos à Síria. O diretor-executivo do programa, Ertharin Cousin, explicou que a agência precisa imediatamente de 64 milhões de dólares para apoiar os refugiados sírios apenas durante o mês de dezembro. O PAM não mencionou quais países teriam prometido ajuda e não a destinado, mas ministros do Exterior da Alemanha, Finlândia e Suécia já afirmaram que seus países poderiam contribuir mais para compensar a falta de financiamento. "Temos que reforçar nosso engajamento e prover ajuda humanitária para os refugiados, além de reforçar a estrutura nos países que os recebem", afirmou o ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier. A porta-voz do departamento de Estado dos EUA, Jen Psaki, afirmou que "há países na região que podem e devem fazer mais". Os Estados Unidos já contribuíram com mais de 3 bilhões de dólares para as necessidades humanitárias na Síria e nos países vizinhos, além de 935 milhões de dólares destinados ao PAM. Problema vem em péssima hora O PAM também fornece ajuda a pessoas dentro do território sírio e possui recursos suficientes para manter essa assistência até o mês de janeiro. A agência informou que a suspensão da ajuda afeta diretamente muitas crianças em países como o Líbano e a Jordânia. Elas estariam vivendo sem roupas e calçados adequados para o inverno, em barracas cheias de lama, em condições precárias de higiene. "Esse problema de financiamento vem em péssima hora, porque finalmente tivemos acesso a áreas que estiveram isoladas por meses. Enfrentamos agora uma situação em que não podemos alimentar aqueles que recentemente obtiveram acesso a ajuda", lamentou o porta-voz do PAM, Abeer Etefa. O conflito na Síria que começou em 2011 com protestos pacíficos contra o presidente Bashar al-Assad e depois se expandiu para uma guerra civil com múltiplos lados já custou mais de 190 mil vidas. Tropas do regime e jihadistas ainda lutam pelo controle do país, onde muitos combatentes estrangeiros se juntaram ao "Estado Islâmico" e outros grupos de extremistas ligados à Al Qaeda. As agências da ONU calculam que mais de três milhões de sírios fugiram para os países vizinhos, enquanto 6,45 milhões vivem como refugiados dentro do próprio país. RC/dpa/afp

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