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Ativistas do Pussy Riot e escritor ucraniano dividem Prêmio Hannah Arendt

15:33 | Dez. 05, 2014
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Por sua resistência à repressão política na Rússia e Ucrânia, duas integrantes do grupo punk russo receberam o Prêmio Hannah Arendt da cidade de Bremen. Escritor ucraniano Yuri Andrukhovych também foi laureado. Desde 1995, o governo da cidade-Estado de Bremen e a Fundação Heinrich Böll concedem o Prêmio Hannah Arendt, em memória da filósofa e cientista política de origem judaica, nascida em 1906 Hannover e morta em 1975, em Nova York. O prêmio destaca a convicção da filósofa de que o sentido da política é a liberdade. Nesta sexta-feira (05/12), a distinção foi outorgada às ativistas Maria Alyokhina e Nadezhda Tolokonnikova, da banda punk russa Pussy Riot. Elas dividiram o prêmio de 10 mil euros com o ucraniano Yuri Andrukhovych. O autor, artista performático e ensaísta é considerado uma das vozes literárias mais importantes do movimento democrático da Ucrânia. Suas obras foram traduzidas e editadas em diversos países. Sobre Alyokhina e Tolokonnikova, a cientista política e jurada do prêmio Antonia Grunenberg declarou em entrevista à Deutsche Welle: "Concedemos o prêmio às duas ativistas, não por pertencerem ao Pussy Riot, mas por seu engajamento em ajudar prisioneiros russos." Elas são mais do que artistas performáticas, disse Grunenberg, "são ativistas de direitos civis, que realmente se engajam." Festejadas no Ocidente, espionadas pela Rússia Em 2012, as duas russas protestaram contra a reeleição de Vladimir Putin por meio de uma "prece punk", dançando e pulando freneticamente diante do altar de uma catedral de Moscou, de máscara colorida, meia-calça e minissaia. Um tribunal as condenou a dois anos de prisão por "vandalismo e incitamento ao ódio". Por meio de um indulto, elas foram liberadas mais cedo. Quando ainda estava confinada, Nadezhda Tolokonnikova relatou sobre a péssima situação das prisões russas, sobre condições de higiene abomináveis e trabalhos forçados semelhantes à escravidão. Maria Alyokhina protestou com greves de fome contra os abusos e assédios. No Ocidente, as duas são festejadas como estrelas do rock. Eles acabaram de voar de Londres para Nova York. Em sua página do Facebook, falam da série de entrevistas que deram para jornais, rádio e TV londrinos, onde relatam sobre a espionagem constante que sofrem por parte dos serviços secretos russos. Conhecidas por suas atuações pitorescas, as ativistas afirmam que, hoje, a performance política deve assumir outro caráter, e que estão à procura de novas formas. "Frente àquilo que está acontecendo na Ucrânia, nossas performances políticas não são mais adequadas", comentou Tolokonnikova em entrevista a um canal de TV russo da internet. Autor: Anastassia Boutsko / Carlos AlbuquerqueEdição: Augusto Valente

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