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Revolta contra presidente de Burkina Faso se intensifica

15:59 | Out. 30, 2014
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Centenas de milhares de manifestantes vão às ruas contra decisão de Compaoré, já há 27 anos no poder, de tentar estender mandato. Parlamento é incendiado, e país africano entra em estado de emergência. A crise em Burkina Faso atingiu seu ápice nesta quinta-feira (30/10), depois que manifestantes atacaram o Parlamento, destruíram a sede de emissoras pró-governo e incendiaram casas de parentes do presidente Blaise Compaoré. Há 27 anos no poder, Compaoré despertou a ira de parte da população ao anunciar que pretende mudar a Constituição para estender seu mandato por mais meia década. A votação sobre a medida seria nesta quinta-feira no Parlamento, mas foi suspensa numa tentativa de acalmar os ânimos. Compaoré ainda prometeu a dissolução do governo, declarou estado de emergência e disse que vai abrir um diálogo com a oposição. A iniciativa, porém, não serviu para conter os manifestantes. O Parlamento foi o principal alvo das centenas de milhares de burquinenses que foram às ruas. Horas antes da anunciada votação, a sede do Legislativo foi incendiada e saqueada. Sem ação, a polícia abandonou o prédio. Carros de deputados foram destruídos. E o aeroporto da capital está fechado. "A oposição exige a demissão de Compaoré para permitir que a calma seja restaurada", disse Benewende Sankara, que lidera o Movimento Sankarista, criado em homenagem a um dos mais estimados líderes de África, Thomas Sankara. O partido de Compaoré, o Democracia e Progresso (CDP), tem maioria no Parlamento, e não teria problemas para aprovar a emenda. A mobilização contra Compaoré começou na terça-feira, após convocação do líder da oposição Zéphirin Diabré. O principal grito entoado pelos manifestantes é "27 anos são suficientes", em referência ao tempo em que o presidente está no poder. Compaoré chegou ao poder quando tinha 36 anos, após um golpe de Estado que derrubou seu ex-aliado Thomas Sankara, então primeiro-ministro. Desde 1991, foi reeleito presidente quatro vezes. Em 2005, foi introduzida na Constituição a limitação de mandatos, que Compaoré pretende agora anular. RPR/afp/rpr

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