Na ONU, Obama pede apoio na luta contra o extremismo
Na Assembleia Geral, líder americano convoca países a se juntarem aos EUA para destruir o "Estado Islâmico", o "câncer do mundo muçulmano". Presidente também critica Rússia e pede mais esforços para o combate ao ebola.
Em seu discurso na 69ª Assembleia Geral da ONU, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta quarta-feira (24/09) que o mundo está numa "encruzilhada entre guerra e paz" e precisa se unir contra os principais desafios globais. O líder americano citou problemas como o terrorismo no Iraque e na Síria, a agressão da Rússia à Europa e a epidemia do vírus do ebola na África Ocidental.
"Podemos renovar o sistema internacional que permitiu tanto progresso, ou nos permitir sermos puxados para trás por uma onda de instabilidades", disse Obama diante de representantes dos 193 países-membros da ONU. "Podemos reafirmar nossa responsabilidade coletiva para confrontar problemas mundiais ou nos deixar tomar por mais e mais focos de instabilidade."
O presidente usou a palavra "câncer" para se referir ao "violento extremismo que vem devastando muitas partes do mundo muçulmano". "Os Estados Unidos vão trabalhar com uma ampla coalizão para desmantelar esta rede mortal. A única linguagem compreendida por assassinos como esses é a linguagem da força", afirmou. "Hoje peço ao mundo para se juntar a nós nesta missão."
Obama prometeu manter a pressão militar sobre os militantes do "Estado Islâmico" (EI) e pediu para aqueles que se juntaram aos extremistas no Iraque a na Síria que deixem o campo de batalha enquanto ainda podem. Ele reforçou sua mensagem de discursos anteriores afirmando que o EI precisa ser destruído e que os terroristas não terão refúgio seguro.
O presidente reforçou também a mensagem de que os EUA não estão em guerra contra o Islã, porque o Islã propaga a paz e pediu às comunidades muçulmanas que rejeitem a ideologia violenta da Al-Qaeda e do "Estado Islâmico".
Além disso, Obama criticou o fato de muitas crianças ao redor do mundo serem confrontadas e educadas com doutrinas raciais e religiosas que menosprezam a pluralidade. O presidente reconheceu, porém, que os EUA também têm as suas próprias tensões raciais étnicas, citando a recente morte do jovem negro Michael Brown, em Ferguson, no Missouri.
"Sim, temos nossas próprias tensões raciais e étnicas. E como todos os outros países, debatemos continuamente como conciliar as vastas mudanças provocadas pela globalização e a maior diversidade com as tradições que temos aqui", disse.
Rússia desafia ordem mundial
Obama voltou adotar um tom incisivo ao falar da Rússia. O presidente americano classificou os atos russos na Crimeia e no leste ucraniano como agressões à Europa, que desafiam a ordem mundial.
"A agressão da Rússia remete aos dias em que grandes nações pisoteavam as pequenas em busca de território", criticou. "Esta é uma visão de mundo em que as fronteiras de uma nação podem ser redesenhadas por outra e pessoas civilizadas não estão autorizadas a recuperar os restos mortais de seus entes queridos por causa da verdade que pode ser revelada", disse, em referência às vítimas do voo MH17.
O presidente acrescentou ainda que o recente acordo de cessar-fogo na Ucrânia abriu caminho em direção à diplomacia e à paz. "Se a Rússia seguir este caminho um caminho que, após a Guerra Fria, resultou em prosperidade para o povo russo , então, vamos aliviar as sanções e saudar o papel da Rússia na resolução de desafios globais", prometeu Obama.
Combate ao ebola
Obama também pediu a outros países que adotem um compromisso concreto na luta contra o vírus do ebola, que está devastando a África Ocidental. Os EUA já enviaram centenas de médicos e cientistas para conter o surto, apoiados por um contingente militar.
"Precisamos de um esforço mais amplo para conter esta doença que pode matar centenas de milhares de pessoas, desestabilizar economias e se mover rapidamente através das fronteiras", alertou.
PV/afp/rtr/ap
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