Na ONU, Dilma defende acordo climático "universal e ambicioso"
Presidente afirma na Cúpula do Clima que acordo sobre redução de emissões de CO2 deve ter metas "robustas". Brasil é exemplo de que crescimento econômico e preservação ambiental não são contraditórios, defende.
Em discurso realizado nesta terça-feira (23/09) na Cúpula do Clima da ONU, em Nova York, a presidente Dilma Rousseff defendeu um acordo "universal e ambicioso" sobre a redução das emissões dos gases do efeito estufa, com metas "robustas" e que seja "legalmente vinculante" para todos os países.
Segundo a presidente, o acordo deve respeitar os "princípios e dispositivos de equidade e das responsabilidades comuns, porém diferenciadas".
O Brasil integra o grupo que defende que os países desenvolvidos devem assumir o ônus histórico de suas emissões de carbono na atmosfera, por terem sidos os primeiros a se industrializar. Por esse motivo, devem receber metas obrigatórias para a redução de emissões, além de garantir apoio financeiro e tecnológico aos países em desenvolvimento.
Esse conceito das responsabilidades diferenciadas foi adotado como base para o protocolo de Kyoto, em 1992, mas tem sido contestado nas últimas conferências da ONU sobre o clima. Críticos apontam que as metas devem ser estendidas também aos países emergentes.
Rousseff destacou que o Brasil tem feito sua parte ao assumir voluntariamente, em 2009, metas para a redução de emissões entre 36% e 39% até 2020 e também quanto ao desflorestamento da Amazônia. "Ao longo dos últimos dez anos, o desmatamento no Brasil foi reduzido em 79%", disse a presidente. "Entre 2010 e 2013, deixamos de lançar na atmosfera a cada ano, em média, 650 milhões de toneladas de dióxido de carbono."
A presidente apontou ainda que é preciso "reverter a lógica de que o combate à mudança do clima é danoso à economia". "Estamos provando que um modelo socialmente justo e ambientalmente sustentável é possível. O Brasil é exemplo disso", defendeu.
"Definir o futuro"
A Cúpula do Clima extraordinária foi convocada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, com o objetivo de pressionar os líderes de mais de 120 países a assumir compromissos concretos sobre as emissões de CO2, antes da próxima conferência das ONU para discutir o futuro do protocolo de Kyoto.
Na abertura da Cúpula, o secretário-geral pediu aos chefes de Estado e de governo que liderem ações para reverter as mudanças climáticas. "Hoje, devemos colocar o mundo em um novo rumo", afirmou. "As mudanças climáticas são o tema que define a nossa era. Está definindo o nosso presente. Nossa resposta irá definir o futuro."
RC/lusa/ap/abr
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