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Orgulho do Nordeste, Hulk quer brilhar contra o México em Fortaleza

"Quando o Brasil joga no Nordeste é sempre festa. Tudo começou no nordeste nas Confederações quando o hino foi cantado por todo mundo", disse jogador
14:08 | Jun. 15, 2014
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"100% Nordeste - Te amo Paraíba". Foi com uma camisa estampada por esta mensagem que Hulk se firmou como titular na seleção brasileira, ainda sob o comando de Mano Menezes. No dia 10 de setembro de 2012, o atacante foi um dos destaques da goleada de 8 a 0 sobre a China, no Recife, quatro dias depois de ter marcado o gol da vitória por 1 a 0 sobre a África do Sul.

Na próxima terça-feira, 17, ele espera brilhar novamente contra o México, em Fortaleza, pela segunda rodada do grupo A da Copa do Mundo. O jogador do Zenit São Petersburgo, porém, virou dúvida por ter sentido dores na coxa esquerda no treino deste domingo. "Deixei o treino mais cedo porque são apenas dois dias antes do jogo contra o México, que não quero perder de jeito nenhum, porque vai ser no Nordeste, toda minha família vai estar lá. Espero estar 100%. Vou me sentir em casa, com certeza vou ser bem recebido. Se Deus quiser, vou jogar e vamos ganhar este jogo", declarou o atacante em entrevista coletiva realizada nesta terça-feira na Granja Comary.

"Quando o Brasil joga no Nordeste é sempre festa. Tudo começou no nordeste na Copa das Confederações quando o hino foi cantado por todo mundo (em Fortaleza, também contra o México. Queria parabenizar o torcedor de São Paulo, que nos ajudou muito na estreia (na vitória por 3 a 1 sobre a Croácia). Isso também vai acontecer no nordeste", avisou. Natural de Campina Grande, na Paraíba, este filho de açougueiro ganhou o apelido com apenas três anos de idade, por ser fã do desenho animado do super-herói que se transforma em gigante verde quando fica irritado.

Hoje com 27 anos, Hulk se transformou num gigante do futebol mundial. Há dois anos, tornou-se um dos jogadores mais caros da história ao ser vendido por 60 milhões de euros pelo Porto ao Zenit. Essas cifras mostram todo o caminho percorrido pelo menino humilde que acordava às 3h00 da manhã para ajudar o pai no açougue de Feira Central de Campina Grande. Uma trajetória marcada por muita luta para vencer a desconfiança, inclusive do torcedor, por ter muito pouco atuado no Brasil.

Disputou apenas uma partida oficial com o Vitória, da Bahia, antes de jogar três anos no Japão, de 2005 a 2008, e de estourar com o Porto, com o qual se sagrou tetracampeão português e e conquistou a Liga Europa, antes de ser vendido ao Zenit. "Acho que demorei para ser reconhecido pelo fato de ter saído muito cedo. Passaram a conhecer meu trabalho através da Seleção. Fui um pouco questionado por não ter sido reconhecido antes. E pude dar a volta por cima. Serve de inspiração", comemorou.

Hulk reconhece que jogadores do Nordeste costumam um caminho mais complicado para trilhar um caminho de sucesso no futebol. "Infelizmente, o nordestino ainda sofre um pouco de preconceito. É duro, mas é verdade. Sempre fui admirador do Rivaldo, por exemplo, e acho que deveriam ter mais respeito por ele. Para mim foi um dos melhores da Copa e não teve seu papel reconhecido", lamentou o paraibano, que prometeu exibir uma bandeira do seu estado no Maracanã se o Brasil conquistar o hexacampeonato.

"A bandeira está guardada. Se Deus quiser, depois da final no Maracanã, vou poder levantá-la, não apenas para dizer que ganhei para a Paraíba, mas para o Brasil inteiro. Sei das dificuldades que passei na Paraíba, mas quero ganhar para o país inteiro", avisou. Na estreia, contra a Croácia, o atacante teve atuação apagada, talvez por conta dos problemas musculares que o tiraram mais cedo do treino deste domingo.

Contudo, o paraibano está acostumado a lidar com pressão, como na Copa das Confederações, quando ignorou os gritos da torcida pela entrada de Lucas e foi muito importante no título conquistado pelo Brasil em junho do ano passado.  Com 1,80 m e 85 kg, o atacante se destaca pela potência física, mas também pela velocidade e a inteligência tática. Importante para ajudar a marcação e pressionar a saída de bola, além de dar várias assistências. Escalado na ponta direita, ele costuma trocar de lado com Neymar para confundir o adversário. Se estiver a 100%, pode ser uma arma letal contra os mexicanos, para encher ainda mais o povo nordestino e toda a torcida brasileira de orgulho.

AFP

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