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Rússia: fim da cooperação com Otan prejudica o Ocidente

12:20 | Abr. 02, 2014
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O ministério das Relações Exteriores russo disse nesta quarta-feira que a suspensão por parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) da cooperação civil e militar com a Rússia por causa da anexação da Crimeia foi um retrocesso à Guerra Fria, que será tão prejudicial para a aliança ocidental como para a Rússia.

Na terça-feira, os chanceleres das nações que compõem a Otan disseram ter suspendido "toda a cooperação prática civil e militar" com a Rússia, o que pode afetar operações na Síria e antipirataria. As autoridades disseram que a cooperação no Afeganistão irá continuar.

"Não é difícil de imaginar quem irá ganhar com a reversão de colaboração conjunta entre Rússia e Otan para combater as ameaças e os desafios modernos contra a segurança mundial e europeia, nomeadamente a luta contra o terrorismo, a pirataria e os desastres naturais e provocados pelo homem", disse o porta-voz do ministério, Alexander Lukashevich. "Certamente não será a Rússia ou os países-membros da Otan."

Os ministros da Otan também ordenaram ao braço militar da aliança a criação de um plano de resposta à crise ucraniana que pode incluir o envio de forças para áreas mais perto da Rússia a fim de proteger membros da Otan, se necessário.

Alexander Grushko, enviado da Rússia à Otan, disse à agência de notícias Interfax que esses movimentos levarão a relação entre a Rússia e a aliança a um impasse. "Alegações de que Moscou tem projetos agressivos que representam uma ameaça para os países da Otan são absolutamente infundados e absurdos", destacou, segundo a agência. "As medidas adicionais anunciadas [pela Otan] e que buscam a chamada proteção dos membros do Leste Europeu são absolutamente infundadas."

Também nesta quarta-feira o presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou uma lei anulando um acordo de aluguel feito com a Ucrânia para o uso da sede na Crimeia da Frota Russa no Mar Negro. O acordo, assinado em 1997, fez com que a Rússia desse um desconto de US$ 100 por mil metros cúbicos de gás natural vendido à Ucrânia em troca do uso da base em Sebastopol. O contrato de aluguel, que iria expirar em 2017, havia sido estendido até 2042 em um acordo assinado em 2010 por Victor Yanukovich, presidente deposto da Ucrânia.

Na terça-feira, a estatal de gás OAO Gazprom disse que estava encerrando o desconto concedido à Ucrânia por gás natural devido ao não-pagamento e que irá aumentar os preços em 44% no segundo trimestre. Fonte: Dow Jones Newswires.

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