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Copiloto do Boeing desaparecido foi o último a falar no rádio

Acompanhe aqui as últimas informações sobre o desaparecimento do voo MH370. Autoridades continuam investigando
07:30 | Mar. 18, 2014
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As investigações sobre o desaparecimento do voo MH370 se concentram na cabine dos pilotos e nas últimas palavras recebidas em terra, pronunciadas pelo copiloto, que coincidiram com o momento em que os principais sistemas de comunicação da aeronave foram deliberadamente desligados.

 A China descartou a possibilidade de que um de seus passageiros tenham participado de uma ação terrorista programada, segundo o The New York Times.

Às 1h19min de sábado 8 de março (14h19min de sexta-feira no horário de Brasília), 38 minutos após a decolagem do Boeing 777 de Kuala Lumpur com destino a Pequim, o controle aéreo registrou a última comunicação oral a partir da cabine do piloto: "Tudo bem, boa noite".

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 Estas poucas palavras em inglês ("All right, good night"), pronunciadas de maneira descontraída segundo as autoridades malaias, foram uma resposta aos controladores de voo que anunciaram à tripulação que o avião se preparava para deixar o espaço aéreo malaio.

 "As investigações preliminares sugerem que era o co-piloto quem falava", afirmou na segunda-feira, 17, o diretor da Malaysia Airlines, Ahmad Jauhari Yahya, durante uma coletiva de imprensa.

 A informação pode ser vital para estabelecer quem controlava a aeronave quando ela desapareceu dos radares civis, o que as autoridades da Malásia têm descrito como uma manobra "deliberada".

 As investigações estão concentradas no comandante de bordo, Zaharie Ahmad Shah, de 53 anos, e seu "oficial piloto de avião" (OPL, copiloto), Fariq Abdul Hamid, de 27 anos.

 O sistema Acars (Aircraft Communication Addressing e Reporting System), que permite a troca de informações entre a aeronave em voo e o centro operacional de uma companhia aérea, emitiu um último sinal às 1h07min. Ele deveria voltar a emitir meia hora depois, às 1h37min.

 A desativação deste sistema é necessariamente realizada por um piloto ou uma pessoa com conhecimentos na área, de acordo com especialistas.

 O transponder, um outro dispositivo crucial, que envia informações sobre a posição da aeronave, foi deliberadamente desligado dois minutos após a mensagem atribuída ao copiloto.

 O avião desapareceu dos radares civis às 1h30min. Os dados coletados desde então permitem afirmar que o avião mudou de direção entre a Malásia e o Vietnã e continuou voando por quase sete horas.

 Radares militares malaios detectaram um sinal na mesma madrugada, posteriormente identificado como vindo do voo MH370.

 "Algo aconteceu com o piloto", afirmou em Washington o presidente do Comitê de Segurança Interna na Câmara dos Representantes, Michael McCaul, que disse contar com relatórios da "segurança interna, do serviço de contra-terrorismo e inteligência".

 Ele também especulou que o avião pode ter sido sequestrado e escondido para uso posterior de "míssil".

 Autoridades malaias enfatizam que o histórico de todas as 239 pessoas a bordo, incluindo 227 passageiros, foi analisado.

 O copiloto teria convidado uma jovem passageira à cabine durante um voo entre a Tailândia e Kuala Lumpur em 2011, uma atitude contrária aos regulamentos desde os ataques de 11 de setembro nos Estados Unidos.

 Mas os dois pilotos não pediram para trabalharem juntos neste voo e nada durante as buscas em suas casas foi encontrado que possa incriminá-los, insistiram as autoridades da Malásia.

 Um sinal de satélite teria mostrado o Boeing 777 em um espaço pouco provável, entre o norte da Tailândia e a Ásia central. Outra possibilidade, mais lógica, é uma área entre a Indonésia e o Oceano Índico.

 Mas o primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, afirmou nesta segunda-feira que não recebeu nenhuma informação sobre a possibilidade de que o Boeing 777 da Malaysia Airlines tenha sobrevoado as costas do país.

 O número de países envolvidos nos esforços para encontrar a aeronave chega a 26. A busca se concentra em dois amplos corredores em terra e mar. O corredor sul é o privilegiado pelas autoridades, enquanto o norte passa sobre vários países cujos radares militares teriam obrigatoriamente detectado um Boeing 777.

 A França enviou três investigadores especializados, entre eles Jean-Paul Troadec, ex-diretor do Escritório de Investigação a Análise (BEA) que investigou o acidente do voo AF447 Rio-Paris da Air France em junho de 2009.

 O colégio francês de Pequim, onde estudavam três adolescentes a bordo do MH370, recebeu nesta segunda-feira uma equipe de especialistas, que pretendem fornecer assistência psicológica aos alunos.

 As famílias dos passageiros chineses expressavam sua indignação, acusando as autoridades malaias de dissimulação e de "dizer qualquer besteira".

 "Apenas o governo malaio sabe a verdade. Ele tem dito qualquer besteira desde o início", reclamou Wen Wancheng, de 63 anos, cujo filho estava a bordo do Boeing 777.

 Passageiros tem desistido dos seus voos depois do desaparecimento da aeronave.

Redação O POVO Online com
informações da AFP

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