Ucrânia: grupos rivais entram em confronto na Crimeia
Na capital regional da Crimeia, Simferopol, mais de 10 mil muçulmanos tártaros se manifestaram em apoio ao governo interino. Carregando bandeiras ucranianas, eles gritavam "A Ucrânia não é a Rússia".
O grupo entrou em confronto com um pequeno grupo de manifestantes pró Rússia, que carregava bandeiras russas. Os manifestantes gritaram e esmurraram o grupo rival, embora a polícia e os líderes dos dois grupos tentassem manter os protestos separados. O grupo pró Rússia cresceu e chegou a reunir cerca de 5 mil pessoas posteriormente, quando mais manifestantes chegaram de ônibus da cidade portuária de Sebastopol.
As tensões na Crimeia, uma península no sul da Ucrânia que abriga a Frota do Mar Negro da Rússia, destacam as divisões que permeiam o país de 46 milhões de habitantes e eleva os temores de que o leste e o sul, de fala predominantemente russa, não reconhecerão a legitimidade das autoridades interinas.
Os tártaros da Crimeia tiveram papel ativo no movimento de protesto contra o presidente Viktor Yanukovich e têm um profundo ressentimento em relação do Kremlin, pois foram deportados em massa da península por ordem do ditador soviético Josef Stalin durante a Segunda Guerra Mundial.
Também nesta quarta-feira, três antecessores de Yanukovich na presidência ucraniana emitiram um comunicado acusando a Rússia de "interferência direta na vida política da Crimeia". Autoridades russas negaram qualquer plano de intervir na Ucrânia.
"Este cenário é impossível", declarou Valentina Matvienko, presidente de câmara alta do Parlamento russo, conhecido como Federação Russa. Ela é aliada próxima de Putin e nasceu no oeste da Ucrânia.
"A Rússia tem mantido e reiterado sua posição de que não temos o direito e não podemos interferir nos assuntos domésticos de um Estado soberano", afirmou ela. "Somos a favor da Ucrânia como um Estado unido e não há alicerce para sentimentos separatistas."
Na capital Kiev, os manifestantes que exigem que o governo seja mais próximo do povo, cortaram a cerca ao redor do prédio do Parlamento. Fonte: Associated Press.
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