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Situação na Venezuela preocupa Brasil e Reino Unido

17:17 | Fev. 18, 2014
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Após reunião com chanceler do Reino Unido, ministro Luis Alberto Figueiredo diz acompanhar com atenção a situação no país vizinho e condena atos violentos. Britânico pede respeito à liberdade de expressão. O ministro das Relações Exteriores Luis Alberto Figueiredo se reuniu nesta terça-feira (18/02) com o chanceler britânico, William Hague, em Brasília, num encontro em que os dois demonstraram preocupação com a situação na Venezuela. Estamos acompanhando a Venezuela com atenção, disse o ministro brasileiro. Segundo ele, o Brasil espera que haja uma convergência dentro de um respeito à institucionalidade e à democracia, sem o tipo de distúrbios" vistos na semana passada. Figueiredo também lamentou as mortes e as dezenas de feridos nos protestos da última semana. Já Hague disse que o Reino Unido está particularmente preocupado com as notícias de que o governo venezuelano está procurando oprimir protestos pacíficos ao prender ativistas e líderes da oposição. Ele lembrou que liberdade de expressão e de assembleia são essenciais e são direitos universais que devem ser respeitados. Nesta terça-feira, o líder opositor venezuelano Leopoldo López se entregou à polícia, numa marcha pelas ruas de Caracas que reuniu milhares de partidários seus. Ele tinha uma ordem de detenção por participação nos distúrbios da semana passada. O governo do presidente Nicolás Maduro responsabiliza setores da oposição, supostamente por promoverem uma tentativa de golpe de Estado com o apoio dos Estados Unidos, e, por isso, expulsou funcionários da embaixada americana de Caracas. Acordo Mercosul-UE As negociações para um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia também estavam na pauta do encontro bilateral. O chanceler brasileiro reconheceu que os blocos ainda precisam de mais tempo para apresentar as propostas, por se tratar de um processo complexo, já que os países-membros devem analisar as sugestões antes de uma formalização. Estamos na fase final desse trabalho, temos estado em constante contato com o lado europeu para que a troca de ofertas ocorra o mais rápido possível, garantiu Figueiredo. Estamos muito próximos a essa troca de ofertas. Do lado britânico, William Hague assegurou que o reino Unido é um forte defensor desse acordo e acredita que este é um momento importante para avançar. Outras parcerias Segundo dados do Ministério de Relações Exteriores, o Reino Unido ocupa a 15º posição na lista de maiores parceiros comerciais, tendo sido registrado crescimento de 120% entre 2004 e 2013 na corrente comercial entre os dois países. No âmbito da educação, o Reino Unido é o segundo destino mais procurado por bolsistas do programa Ciências Sem Fronteiras, com 6.500 estudantes brasileiros matriculados em universidades britânicas. A cooperação nas áreas de ciência, tecnologia e inovação também estavam na pauta. O Reino Unido também confirmou presença na Reunião Multissetorial Global Sobre o Futuro da Governança da Internet, que acontece em São Paulo em abril. William Hague ponderou, entretanto, sobre o controle da rede. Estamos céticos sobre o controle da internet por Estados e organizações internacionais porque é importante manter o dinamismo da rede, disse. O combate à violência sexual contra as mulheres, clima e a luta contra a fome também foram abordados nas reuniões. Agenda Hague chegou ao Brasil na segunda-feira (17/02) e a primeira parada foi na Arena Amazônia, em Manaus, que receberá o jogo entre a seleção inglesa e a italiana durante a Copa do Mundo. Após o almoço oferecido no Itamaraty à delegação que acompanha William Hague, o chanceler partiu para São Paulo, onde se encontrará com bolsistas brasileiros do programa Chevening programa britânico de bolsas e do programa Ciências Sem Fronteiras. Também na capital paulista, Hague participa de uma mesa-redonda promovida pela Fundação Armando Álvares Penteado e Instituto Lula, para aprimorar parcerias voltadas para o continente africano. Também está prevista uma reunião com o governador Geraldo Alckmin para tratar do Grupo de Trabalho São Paulo-Reino Unido, que tem infraestrutura e educação entre as prioridades.

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