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Egito realiza última etapa do referendo sobre a nova Constituição

10:07 | Dez. 22, 2012
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Especialistas acreditam que a nova Constituição, considerada de tendência islamista pelos opositores, deve ser aprovada nas 17 das 27 províncias que vão às urnas. Processo é marcado por acusações de fraudes e protestos. As zonas eleitorais em 17 das 27 províncias do Egito foram abertas neste sábado (22/12) para a segunda e última rodada do referendo que poderá ratificar a nova Constituição do país. Cerca de 25 milhões de pessoas estariam aptas a votar, de acordo com o governo no Cairo. Segundo dados não oficiais, na primeira fase da votação, que ocorreu no sábado passado, 56% dos eleitores confirmaram o "sim" nas urnas e deram sinal verde para a proposta do presidente Mohammed Morsi, aprovada por uma Assembleia Constituinte de maioria islâmica. Especialistas acreditam que a proposta também deve ser aprovada nesta segunda rodada, já que a votação abrange áreas rurais e outras de maioria islâmica. O referendo no Egito tem sido questionado pela oposição, já que muitos dos juízes responsáveis por supervisionar o processo eleitoral boicotaram o pleito, em protesto contra o referendo. Opositores reclamam que houve abusos e fraudes na votação da semana passada, enquanto oficiais do governo garantem que o processo ocorreu de maneira legal, sem maiores irregularidades. Novas acusações de fraudes Assim que as urnas foram abertas no Egito neste sábado, uma coalizão que reúne grupos de direitos humanos no país divulgou uma série de irregularidades. Segundo os ativistas, houve atraso na abertura de algumas zonas eleitorais, houve campanha irregular de boca de urna por parte dos islamitas e houve registro irregular de votantes, inclusive com o nome de um morto constando da lista de eleitores. As urnas no Egito são abertas um dia depois de confrontos entre apoiadores e oponentes de Morsi terem sido registrados na cidade portuária de Alexandria. O conflito deixou 62 pessoas feridas, sendo 12 policiais. Doze pessoas foram presas. Esse foi o mais recente episódio de violência desde a aprovação da alteração na Constituição que dá mais poderes ao presidente. A oposição também reclama que o projeto ignora os direitos dos cristãos, que respondem por 10% da população, e favorece apenas os islamitas. Apoiadores de Morsi, eleito em junho, afirmam que a Constituição é vital para levar o Egito para o caminho da democracia dois anos após a queda do ex-presidente Hosni Mubarak. Eles defendem ainda que só assim a economia egípcia, extremamente abalada, conseguirá alcançar a estabilidade. O comitê eleitoral só deve divulgar o resultado oficial das duas rodadas de votação na próxima segunda-feira. Caso a nova Constituição seja aprovada pelo referendo, serão realizadas eleições parlamentares no prazo de dois meses. MSB/rtr/ap/afp Revisão: Carlos Albuquerque

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