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Ban Ki-moon teme escalada do conflito sírio na fronteira com a Turquia

17:51 | 08/10/2012
PARIS, 8 Out 2012 (AFP) -O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, advertiu nesta segunda-feira, 8, para o risco de uma escalada "extremamente perigosa" do conflito sírio na fronteira com a Turquia, ao abrir o primeiro Fórum Mundial de Democracia, organizado na sede do Conselho da Europa, em Estrasburgo.

Ban iniciou nesta segunda em Estrasburgo uma visita de dois dias à França. À tarde, se reuniu em Paris com o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault e com o chanceler Laurent Fabius. Na terça-feira será recebido pelo presidente François Hollande.

"A escalada do conflito na fronteira sírio-turca e as repercussões da crise no Líbano são extremamente perigosas", disse Ban diante de mais de mil políticos, especialistas e militantes reunidos neste Fórum.

O secretário-geral pediu mais ajuda humanitária para a região. "Com a aproximação do inverno, precisamos que os doadores atendam de maneira mais generosa às necessidades da população na Síria e dos mais de 300.00 refugiados nos países vizinhos", disse.

"A situação na Síria piorou de maneira dramática" e "apresenta riscos sérios para a estabilidade dos vizinhos da Síria e para toda a região", disse Ban.

Declarando-se "profundamente preocupado com o fluxo contínuo de armas" fornecidas tanto ao governo sírio como à oposição, Ban pediu que todas as partes "abandonem a violência e atuem no sentido de uma solução política", considerando que este "é o único caminho para sair da crise".

"Peço encarecidamente aos países que fornecem armas que parem de fazê-lo. A militarização só agrava a situação", insistiu.

A Síria mostra "até que ponto as transições atuais, que inspiraram tantas esperanças" trazem consigo "também incerteza e medo". "O êxito não está garantido. Construir a democracia leva tempo", considerou Ban.

Após o discurso de Ban, a iemenita Tawakkul Karman, Nobel da Paz 2011, fez um apelo para que os membros da ONU deem à organização internacional meios de atuar para promover a democracia.

"Em nome da soberania e da não-ingerência nos assuntos internos dos países, a ONU está com pés e mãos atados diante do despotismo" considerou Karman.

O Conselho da Europa, organização pan-europeia que reúne 47 países, realiza o Fórum anual destinado a reunir "reformadores e líderes mundiais para buscar respostas democráticas para os desafios econômicos, sociais e políticos".

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