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Reino Unido diz estar preocupado com expropriação da YPF

17:58 | 17/04/2012

LONDRES, 17 Abr 2012 (AFP) - O ministro britânico de Relações Exteriores, William Hague, declarou-se "muito preocupado" nesta terça-feira, 17, com a expropriação na Argentina da petroleira YPF, considerando que a medida contraria "todos os compromissos" fechados pelo país sul-americano no G-20.

"Estou muito preocupado com o anúncio da intenção da Argentina de nacionalizar uma grande parte da companhia energética YPF", filial da espanhola Repsol, declarou Hague em comunicado.

"Esta é a última de uma série de ações relacionadas ao comércio e ao investimento tomadas pela Argentina que estão prejudicando interesses empresariais e enfraquecerão sua economia reduzindo seu atrativo para os investidores estrangeiros", afirmou.

Hague citou, entre outras, as recentes medidas adotadas pela presidente argentina, Cristina Kirchner, contra empresas britânicas em meio à sua disputa com o Reino Unido pela soberania das Ilhas Malvinas, sob domínio britânico desde 1833, mas exigidas pela Argentina.

"O governo argentino não esconde que deseja reduzir as importações e aumentar seu excedente comercial através de uma variedade de medidas comerciais restritivas", completou o ministro britânico.

"Isso vai contra todos os compromissos que a Argentina fechou no G-20 (grupo das principais economias industrializadas e emergentes) para promover a transparência e reduzir o protecionismo. Trabalharemos com a Espanha e com o restante de nossos parceiros europeus para nos assegurarmos de que as autoridades argentinas cumprirão seus compromissos e obrigações internacionais", concluiu o secretário do Foreign Office.

Vários países membros da Organização Mundial do Comércio (OMC), entre eles União Europeia e Estados Unidos, criticaram recentemente a Argentina pelas "medidas restritivas ao comércio" tomadas desde 2008, aumentando a lista de produtos que requerem autorização para serem importados, e pediram sua eliminação.

Na segunda-feira, Cristina Kirchner anunciou sua intenção de expropriar parte da YPF, tomando o controle de 51% das ações, todas elas provenientes dos 57,4% até agora nas mãos da Repsol.

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