Lei argentina sobre hidrocarbonetos atinge todo o setor
A presidente deixou claro que nenhuma empresa está protegida de ação similar do Estado. "Os países e as empresas precisam entender que todas as empresas de capital estrangeiro instaladas na Argentina são argentinas", declarou a presidente Cristina Kirchner após leitura do projeto de Lei, durante discurso de mais de 40 minutos em cadeia nacional de Rádio e Televisão. "O problema não é com o grande lucro das empresas, mas sim que estes lucros não sejam reinvestidos na Argentina para atender as necessidades do país", arrematou.
Cristina comparou o projeto com o modelo aplicado no Brasil com a Petrobras. "O modelo que estamos propondo não é de estatização, mas de recuperação da soberania, onde continuamos mantendo o modelo de Sociedade Anônima e de uma condução profissionalizada", disse ela, explicando que outros países produtores possuem a totalidade ou maioria do controle das companhias nacionais de petróleo, como México, Uruguai, Noruega, Rússia, China, países do Oriente Médio, e Brasil. "Não estamos inventando nada", disse ela.
O texto enviado ao Congresso afirma que o objetivo da lei "é garantir a autossuficiência para o abastecimento de hidrocarbonetos, assim como a exploração, industrialização, transporte e comercialização de hidrocarbonetos, a fim de garantir o desenvolvimento econômico com equidade social, a criação de emprego, o incremento da competitividade dos diversos setores econômicos e o crescimento equitativo e sustentável das províncias e regiões".