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AFP - Onda de ataques de domingo deixou 47 mortos no Afeganistão

09:17 | 16/04/2012
CABUL, 16 Abr 2012 (AFP) - Os ataques coordenados lançados no domingo pelos talibãs na capital Cabul e em outras partes do país finalizaram depois de 17 horas de combates, deixando 47 mortos, incluindo 36 insurgentes, o que significa um novo revés para o governo afegão e a comunidade internacional. Oito membros das forças de segurança afegãs e três civis também morreram, afirmou nesta segunda-feira o ministro do Interior, Bismillah Mohamadi. Cerca de 40 membros das forças de segurança afegãs e 25 civis foram feridos, indicou ainda. Um militante foi capturado em Jalalabad, acrescentou. Por sua vez, o departamento de polícia de Cabul disse que um aspirante a camicase foi capturado nesta segunda-feira na área de Pul i Charki da capital, um bairro onde há várias instalações militares da Otan. Segundo esta fonte, o militante queria atacar um alvo em Cabul. O chefe da polícia de Cabul, Mohamad Ayoub Salangi, disse à AFP que cerca de 40 civis que foram tomados como reféns em um edifício perto do Parlamento no domingo foram libertados durante a noite. O ataque em Cabul foi o assalto coordenado mais importante contra a capital afegã em dez anos de guerra, desde que os talibãs foram expulsos do poder em uma invasão dirigida pelos Estados Unidos, no fim de 2001. Os talibãs anunciaram ter iniciado sua "ofensiva de primavera" no Afeganistão, com a realização de seis ataques coordenados, três deles em Cabul contra o parlamento, um vice-presidente e várias embaixadas. As embaixadas dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha, da Alemanha e do Japão foram atacadas, e, fora da capital, os atacantes investiram contra prédios do governo na província de Logar, contra o aeroporto em Jalalabad e uma academia de polícia na cidade de Gardez, na província de Paktya. O presidente Hamid Karzai foi transferido para um local seguro e seu palácio foi fechado diante dos ataques, que incluiu um atentado frustrado contra um de seus vice-presidentes, informaram autoridades. Segundo Lutfula Mashal, porta-voz da Direção Nacional de Segurança (DNS), o grupo responsável por atacar a residência de Jalili foi interceptado e capturado antes de atingir seu objetivo. Os atacantes reivindicaram ser ligados à rede Haqqani, um ramo extremista do grupo talibã acusado de planejar a maioria dos ataques de alto perfil em Cabul e conhecido por ter ligações estreitas com a Al-Qaeda. Um porta-voz do grupo talibã afirmou que os ataques marcavam o início de sua ofensiva anual de primavera, que anuncia a temporada de combate, acrescentando que muitos homens-bomba suicidas estão envolvidos na operação. O rigoroso inverno boreal (hemisfério norte) afegão é um período de repouso para os talibãs, cuja guerrilha ganha intensidade e se estende para todo o país no início da primavera, quando o degelo libera as passagens montanhosas da fronteira com o Paquistão. A Otan tem cerca de 130 mil tropas apoiando o governo do presidente Hamid Karzai contra a insurgência talibã, mas eles vão se retirar até o final de 2014, transferindo o controle da segurança para as forças afegãs. Um porta-voz da Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf), da Otan, afirmou à AFP que as forças afegãs, cuja capacidade de resistir aos talibãs após 2014 foi questionada, estavam assumindo a liderança na contenção dos ataques em Cabul. O embaixador americano em Cabul, Ryan Crocker, disse, por sua vez, que a capacidade das forças afegãs para responder aos ataques são um "claro sinal de avanço". "Vimos uma desempenho muito profissional por parte das forças de segurança afegãs", disse Crocker à rede CNN neste domingo.

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