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AFP - Fracassa lançamento de foguete norte-coreano

01:17 | 13/04/2012
WASHINGTON, EUA, 12 Abr 2012 (AFP) - O foguete lançado pela Coreia do Norte nesta sexta-feira explodiu e se desintegrou logo depois do lançamento, mas a tentativa foi classificada de "provocação" por Coreia do Sul e Estados Unidos, que acusaram o país de disparar um míssil balísco. "Poucos minutos depois do lançamento, o foguete explodiu e se desintegrou em diversos pedaços" sobre o Mar Amarelo, afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano, Kim Min-Seok. "Os pedaços caíram no oceano a cerca de 200 km a oeste de Kunsan", informou uma alta fonte militar citada pela agência sul-coreana Yonhap. O ministro japonês da Defesa, Naoki Tanaka, disse que o foguete "voou durante pouco mais de um minuto antes de cair no oceano". O lançamento ocorreu às 07H39 local (19H39 de sexta-feira). A República Popular Democrática da Coreia (RPDC) admitiu o fracasso no lançamento de seu foguete para colocar em órbita um satélite de observação, "que não pôde entrar em órbita". "Os cientistas, técnicos e especialistas estão analisando as razões deste fracasso", informou a agência oficial KCNA. A Coreia do Norte pretendia colocar em órbita um satélite Kwangmyongsong-3 (Estrela Brilhante) com objetivos pacíficos, segundo Pyongyang, mas os Estados Unidos afirmam que o artefato lançado pelos norte-coreanos foi um "míssil Taepodong-2". "Os sistemas americanos detectaram e acompanharam o lançamento de um míssil norte-coreano Taepodong-2 às 18H39 (19H39 de Brasília)", informou o comando da defesa aérea americano (Norad). O Taepodong-2 é um míssil balístico intercontinental com alcance entre 6.000 e 9.000 km. Chamado de Unha-3 pelos norte-coreanos, o foguete foi lançado por Pyongyang do centro espacial de Tongchang-ri, no noroeste do país, para comemorar o centenário de nascimento do fundador da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), Kim Il-Sung, nascido em 15 de abril de 1912 e falecido em 1994. A Coreia do Sul condenou o lançamento e o classificou de "ato de provocação" que representa uma ameaça à paz e à segurança da península coreana e do nordeste da Ásia, disse o chanceler Kim Sung-Hwan. Os Estados Unidos foram na mesma linha e afirmaram que apesar de o lançamento ter falhado, representou um ato provocativo que infringe acordos passados e ameaça a segurança asiática. "A Coreia do Norte só ganhará mais isolamento ao cometer atos de provocação, e está desperdiçando dinheiro em armas e em propaganda enquanto a população norte-coreana passa fome", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney. O secretário-chefe de gabinete japonês, Osamu Fujimura, destacou que "mesmo tendo falhado, foi uma grave provocação a nosso país e viola resoluções do Conselho de Segurança da ONU". "Fizemos duros protestos por meio dos canais diplomáticos." O G8 condenou o lançamento, afirmando que adotará as "ações apropriadas" no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Os chanceleres do Grupo dos Oito, reunidos nesta quinta-feira em Washington, assinalaram que o lançamento norte-coreano "mina a estabilidade e a paz regional". O Conselho de Segurança das Nações Unidas convocará uma reunião de emergência na sexta-feira para discutir a situação na península coreana, disse um diplomata na ONU. A fonte explicou à AFP que os 15 membros do Conselho se reunirão "para decidir seus próximos passos" após o lançamento (fracassado) do foguete. Estados Unidos e seus aliados haviam advertido que o lançamento seria uma violação das resoluções 1718 e 1874 do Conselho de Segurança da ONU . A resolução 1874, aprovada em 2009, exige que Pyongyang "não realize qualquer teste nuclear ou lançamento que empregue tecnologia de míssil balísticos". O ministro das Relações Exteriores alemão, Guido Westerwelle, condenou o lançamento do foguete e pediu do Conselho de Segurança da ONU uma resposta "forte". "Condeno o lançamento de um foguete da Coreia do Norte. É uma violação das obrigações internacionais e aumentará as tensões na península coreana", declarou à AFP o ministro durante uma visita a Nova York. "O Conselho de Segurança das Nações Unidas deve responder energicamente a esta violação da lei internacional", completou o chanceler.

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