QUITO, 8 Mar 2012 (AFP) - O presidente do Equador, Rafael Correa, classificou de "total fracasso" o início, nesta quinta-feira, 8, de uma passeata indígena apoiada por grupos de oposição contra seu governo e que planeja chegar a Quito em duas semanas.

"Graças a Deus, como esperávamos, foi um total fracasso. Vimos quanta gente se reuniu na (província amazônica de) Zamora Chinchipe, acredito que são mais organizadores do que convocados", disse o presidente à imprensa na sede do Executivo.

O presidente acrescentou que "a mobilização da oposição foi um grande fracasso", enquanto uma concentração de seguidores do governo socialista em frente à casa presidencial teve êxito.

A passeata governista, que partiu de um parque no centro moderno, é "um grande sucesso, já há milhares de pessoas" na praça da Independência, em frente ao Palácio de Carondelet, para "defender a democracia, para dizer a eles que o país já não é o mesmo de antes", manifestou Correa.

Ele destacou: "Não basta alguns grupos de poder ajudados por parte da imprensa, inclusive por ONGs internacionais, para derrubar, para interromper, como se fazia antes na América Latina, um processo revolucionário tão profundamente democrático como o nosso, como a revolução cidadã".

Correa afirmou que o protesto indígena e de outros setores de oposição é um "recurso para evitar" as eleições de fevereiro de 2013, em que "sabem que serão derrotados novamente".

A mobilização dos indígenas começou no povoado de El Pangui, cerca de 700 km a sudeste de Quito, na província amazônica de Zamora Chinchipe.

O prefeito (governador) dessa região e um dos líderes do protesto, Salvador Quishpe, disse à AFP que a passeata começou com cerca de 500 pessoas.

Estimativas de outras pessoas presentes falavam em duzentos participantes, que rejeitam a mineração em grande escala incentivada por Correa e exigem a promulgação de leis sobre o manejo da água e a redistribuição de terras, entre outros pontos.