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Exército sírio toma Idlib, reduto da oposição

11:57 | 14/03/2012
O Exército sírio tomou o controle da cidade de Idlib, após um ataque que durou quatro dias. As tropas rebeldes deixaram o local, informou um ativista da cidade do noroeste do país, à agência France Presse nesta quarta-feira. A captura de Idlib ocorre duas semanas após forças do regime terem invadido o reduto rebelde de Baba Amr, na cidade de Homs, depois de uma ação militar que teve duração de um mês e deixou centenas de mortos.

"Deste a noite passada não há mais confrontos" em Idlib, disse Noureddin al-Abdo por telefone. "O Exército Livre Líbio (ELL) se retirou e as forças do regime invadiram toda a cidade e está fazendo buscas casa a casa."

No sábado, o Exército lançou sua ação contra a província rebelde, localizada perto da fronteira com a Turquia. A cidade e regiões próximas foram bombardeadas numa tentativa de erradicar insurgentes armados. "O ELL preferiu se retirar, porque todos sabem que ele não pode resistir ao Exército", disse Abdo.

O jornal pró-governo Al-Watan relatou a queda da cidade, ocorrida na terça-feira, dizendo que as forças do regime haviam conseguido capturá-la em tempo recorde. "Uma importante operação, lançada três dias atrás em Idlib...foi encerrada em tempo recorde, com unidades do Exército encerrando as operações de buscas durante as quais dezenas de homens armados e fugitivos foram mortos", disse o jornal.

Nesta quarta-feira, dois importantes dissidentes sírios informaram sua saída do principal grupo opositor, surgido durante o levante contra o governo. As deserções do Conselho Nacional Sírio representam outro golpe para a oposição, marcada pela desorganização e lutas internas desde que a revolta popular contra o presidente Bashar Assad teve início um ano atrás.

Um dos dissidentes que deixou o grupo, Kamal al-Labwani, acusou a liderança do Conselho Nacional Sírio de controlar o trabalho da organização e deixar de lado a maioria de seus 270 integrantes. "Não há conselho, isso é uma ilusão, declarou al-Labwani, que durante anos trabalhou contra o regime da família Assad antes de ser preso em 2005. Ele entrou para o Conselho logo após ser libertado, em novembro.

Ele acusou o chefe da organização, Burhan Ghalioun, e alguns outros membros de administrar o Conselho de forma autocrática, chegando até mesmo a compara-a ao partido governista Baath, de Assad.

Al-Labwani disse que outra integrante da organização, Catherine al-Talli, também deixou o grupo e que espera que mais membros tomem a mesma decisão, com o objetivo de pressionar a liderança do Conselho. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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