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Dissidente iraniano é sentenciado a 18 anos de prisão

14:35 | 04/03/2012
Um proeminente advogado defensor dos direitos humanos foi sentenciado a 18 anos de prisão pela corte revolucionária do Irã. Abdolfattah Soltani também foi impedido de exercer sua profissão por 20 anos e será enviado a uma prisão distante que dificultará o acesso de sua família, segundo informou sua filha, Maede Soltani. "É uma sentença dura e atroz", disse. "O julgamento foi completamente motivado por razões políticas", afirmou Maede, que mora na Alemanha.

Soltani, de 58 anos, é um dos fundadores de um grupo de direitos humanos com a iraniana Shirin Ebadi, laureada com o Prêmio Nobel da Paz. Ele foi preso no ano passado e desde então está confinado na notória prisão de Evin, em Teerã.

O pai do advogado recebeu a notícia sobre a sentença neste domingo, mas a família não tem informações sobre quando ocorreu o julgamento, disse Meade Soltani. A família vai apelar da sentença. "Nós esperamos que esta sentença injusta seja revogada", disse.

Soltani afirmou que seu pai foi acusado de participação na fundação do Centro de Defensores dos Direitos Humanos, além de promover a disseminação de propaganda contra o governo e de colocar a segurança do país em risco. Também foi acusado de aceitar um prêmio ilegal - uma referência ao prêmio de direitos humanos que recebeu em 2009.

Maede Soltani disse que desconhecia se o seu pai já tinha sido informado da sentença. A sua mãe tem autorização para visitá-lo na prisão a cada duas semanas, mas ele não falou sobre o assunto em seu último encontro.

A corte revolucionária também determinou que Soltani será transferido para uma remota prisão na cidade de Borazjan, localizada a cerca de mil quilômetros de Teerã.

Anteriormente, Soltani ficou preso durante sete meses em 2005 e voltou à prisão por vários meses antes da disputada eleição presidencial de 2009, em razão de acusações politicamente motivadas, de acordo com a Anistia Internacional.

"Abdolfattah Soltani é um dos mais corajosos ativistas dos direitos humanos do Irã", afirmou a organização após sua detenção em setembro. As informações são da Associated Press.

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