Após decisão do júri, mulher acusada de matar esposo PM ganha liberdade em Fortaleza
Justiça desclassifica crime e mulher que matou marido PM em Fortaleza vai para regime aberto
00:24 | Dez. 03, 2025
O Tribunal do Júri de Fortaleza condenou, na noite desta terça-feira, 2, Renata Íris de Souza Araújo Pinheiro pela morte do próprio marido, o cabo da Polícia Militar Wagner Sandys Pinheiro de Lima. No entanto, o júri afastou a intenção de matar e a mulher ganhou a liberdade.
Na decisão proferida no Fórum Clóvis Beviláqua, nesta terça-feira, 2, o Conselho de Sentença acatou a tese da defesa e desclassificou o crime de homicídio doloso (com intenção de matar) para homicídio culposo (quando não há intenção).
Com a desclassificação, a pena imposta à ré foi de 1 ano e 2 meses em regime aberto. A sentença determina o cumprimento imediato da pena, seguindo o entendimento recente do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a soberania dos vereditos do Júri.
A acusação sustentava que Renata agiu com dolo, apontando disparos efetuados durante uma discussão entre o casal. No entanto, os jurados acolheram a argumentação da defesa, que a ré não teve a vontade de tirar a vida do companheiro e que vivia em uma situação de violência doméstica.
A magistrada fundamentou a sentença nas graves consequências do crime, pois o fato ocorreu dentro da residência da família, na presença da filha do casal. Segundo a decisão, a exposição da criança à cena violenta causou comprovado abalo psicológico, o que serviu como agravante.
Renata Íris estava presa preventivamente desde a época do crime, ocorrido em dezembro de 2024. A determinação de cumprimento imediato em regime aberto permite que ela retorne ao convívio social, devendo cumprir as restrições impostas pela Justiça, como comparecimento periódico em juízo.
Crime aconteceu na véspera do Natal
O crime aconteceu na véspera do Natal, em 23 de dezembro de 2024, na casa do casal, localizada no bairro Granja Lisboa, em Fortaleza. Segundo as investigações, Renata e Wagner discutiram por motivos de ciúmes e suposta traição. Durante o desentendimento, a mulher utilizou a arma da corporação do marido, que resultou na morte do policial ainda no local.
A defesa sempre sustentou que a ré agiu em um contexto de disputa física e medo, sem a intenção de execução, tese que acabou prevalecendo no julgamento desta terça-feira.