Prefeitura poderia economizar R$ 15 milhões se não houvesse descarte irregular de lixo, afirma secretário
O secretário da SCSP, José de Abreu Machado, afirma que 329 mil toneladas de resíduos descartados de forma irregular foram coletados no primeiro semestre deste ano
Mais de 320 mil toneladas de resíduos descartados de forma irregular foram coletados na Capital apenas no primeiro semestre deste ano. Coleta do material custa pelo menos 15 milhões de reais por mês para a Prefeitura de Fortaleza.
Informação é do titular da Secretaria da Conservação e Serviços Públicos (SCSP), José de Abreu Machado, em entrevista à Rádio O POVO CBN nessa quarta-feira, 2.
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No mesmo período, foram retiradas 276.000 toneladas de resíduos domiciliares.
O gestor explica que há dois tipos de serviço de recolhimento de lixo: a coleta domiciliar e a coleta especial, que lida com os resíduos descartados irregularmente, e que seria significativamente mais cara do que a coleta domiciliar.
Isso porque, enquanto a domiciliar é paga por rota, a especial é paga por peso. O secretário enfatiza que a existência de caçambas para recolher esses resíduos nos canteiros “não deveria ocorrer".
Ele destacou ainda os desafios a serem enfrentados, como o descarte irregular de lixo por grandes geradores (fábricas e estabelecimentos como restaurantes) e a falta de conscientização da população.
“Nós tiramos 329.000 toneladas. Esse lixo que é colocado de forma irregular torna-se muito mais caro para a Prefeitura. Nós teríamos como economizar R$ 15 milhões, no mínimo, por mês, o que daria para construir 150 casas populares. Só por causa desse lixo colocado de forma irregular”, afirma o secretário.
Mais 50 ecopontos
Atualmente, Fortaleza possui 113 ecopontos. A meta da Prefeitura, de acordo com o secretário, é ampliar esse número, adicionando mais 50 ecopontos até o final da gestão de Evandro Leitão-PT.
Já existem ordens de serviço para a construção de seis novos ecopontos, de acordo com Abreu Machado. Os locais recolhem entulho de construção civil e outros resíduos, com exceção do lixo orgânico.
“A meta é ampliar para mais 50 ecopontos até o final da gestão. Porque a gente tem que fazer uma coisa também considerando a situação financeira. Não estamos aumentando a receita, estamos apenas mantendo com o dinheiro que nós temos”, disse Abreu Machado.
Programa de auxílio a carroceiros
Os ecopontos e o Programa do Carroceiro visam combater o descarte irregular de resíduos, especialmente de entulho. O intuito é oferecer um destino adequado e incentivar o descarte correto do lixo em Fortaleza, segundo o secretário.
A ideia do Programa do Carroceiro é cadastrá-los em um ecoponto. Para cada descarte levado ao ecoponto, o carroceiro recebe um pagamento via Pix feito pela empresa Ecofor Ambiental.
O titular da SCSP afirma que alguns carroceiros chegam a receber cerca de R$ 2.400 por mês através do programa.
A lógica, conforme o secretário, é que o carroceiro cobra do cidadão que o contrata para levar o entulho e, adicionalmente, recebe da Prefeitura por levar o material para o ecoponto. Ele menciona que há planos para criar uma lei para cadastrar oficialmente esses trabalhadores.
O que é o DNA do lixo?
Para o secretário de Conservação e Serviços Públicos, o principal problema do descarte irregular de lixo em Fortaleza são os "grandes geradores", definidos como aqueles que produzem mais de 50 litros de resíduos.
Muitas vezes, segundo Abreu, esses geradores não cumprem as regras do seu PGR (Plano de Gerenciamento de Resíduos) e descartam o lixo em locais inadequados, como canteiros centrais.
O programa DNA do Lixo, executado pela Prefeitura, tem a missão de descobrir de onde o lixo veio, se de restaurantes, fábricas ou outro estabelecimento.
“O prefeito (Evandro Leitão-PT) está muito incomodado com a situação do lixo e busca fiscalizar e punir os responsáveis pelo descarte irregular”, destacou Abreu Machado.
Ele comunica que a partir de 1º de julho, a Agefis (Agência de Fiscalização de Fortaleza) passou a atuar em conjunto com a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (SCSP) para realizar essa fiscalização, em conjunto com a execução de ações de educação ambiental.
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