Réu acusado de participação na chacina das Cajazeiras vai à júri nesta quinta-feira

O primeiro réu será julgado sete anos após a chacina considerada a maior do Ceará, com um total de 14 mortos e 15 feridos

22:53 | Mar. 12, 2025

Por: Jéssika Sisnando
Forró do Gago, no bairro Cajazeiras, onde ocorreu chacina em 27 de janeiro de 2018 (foto: Evilázio Bezerra, em 27/1/2018)

O réu acusado de participação na chacina das Cajazeiras, também conhecido como "chacina do Forró do Gago", Ednardo dos Santos Lima, será o primeiro a ser julgado pelo Conselho de Sentença da 2ª Vara do Júri de Fortaleza. O julgamento acontece nesta quinta-feira, 13, no fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza

A chacina do Forró do Gago deixou 14 mortos e 15 feridos. O caso foi registrado em janeiro de 2018, no bairro Cajazeiras, na capital cearense. A denúncia do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) aponta que o crime foi praticado por oito adultos e dois adolescentes. 

Os jurados que integram o Conselho de Sentença analisarão as alegações apresentadas pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) e pela defesa, em seguida decidirão se o réu é culpado ou inocente pelos crimes dos quais é acusado.  

Neste processo, ao todo, 15 pessoas foram denunciadas por participação na chacina, mas a Justiça pronunciou oito réus, que serão julgados pelo Tribunal do Júri.  Outros seis acusados foram impronunciados. 

O processo está inserido em iniciativas de aceleração do Programa Tempo de Justiça, que é o sistema responsável por acompanhar os homicídios com autoria esclarecida e do Movimento de Apoio ao Sistema Prisional (Masp), que é o programa que busca priorizar e acelerar o julgamento de processos de réus que respondam a seis ou mais processos criminais. 

A investigação colheu depoimentos de testemunhas e também da fase de planejamento da ação, além de extração de dados de celulares apreendidos com os suspeitos e interceptações telefônicas. A motivação foi a disputa entre facções criminosas, sendo Comando Vermelho (CV) e a facção Guardiões do Estado (GDE).  Na chacina mais de 100 disparos foram realizados desde a entrada da casa de eventos e no interior do imóvel.