Lixo eletrônico: o que é, quais os impactos e como descartar de forma correta

Lixo eletrônico: o que é, quais os impactos e como descartar de forma correta

Segundo levantamento do Monitor Global de Resíduos Eletrônicos de 2020, o Brasil gerou mais de dois milhões de toneladas de lixo eletrônico no ano anterior

E-lixo, lixo eletrônico, resíduos de equipamento eletroeletrônico (REEE) ou resíduo eletrônico. Todos esses termos referem-se a todo o lixo ou resíduo resultante de equipamentos eletrônicos descartados. Engloba computadores, telefones celulares, TVs e eletrodomésticos, bem como componentes eletrônicos menores como placas de circuito impresso, cabos e baterias. Dessa forma, o termo “resíduo eletrônico” diz respeito a produtos descartados pela rápida obsolescência.

Esses equipamentos são geralmente jogados no lixo comum, embora possam ser reciclados, ou seja, podem ser transformados em outras matérias-primas em vez de serem colocados em aterros sanitários. Os componentes desses equipamentos são feitos de plástico, metais, vidros e outros materiais que podem ser desmontados e reutilizados na criação de outros produtos.

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O lixo eletrônico é o resíduo que mais cresce no mundo, conforme o Monitor Global de Resíduos Eletrônicos de 2024, da ONU. O relatório revelou que, em 2022, a humanidade produziu 62 milhões de toneladas de resíduos, um crescimento de 82% desde 2010. Isso equivale a mais de 7,7 quilos para cada pessoa na terra. A previsão é que a produção de lixo eletrônico alcance 82 milhões de toneladas em 2030.

Existem diversas razões que contribuem para esse recorde de uma geração de resíduos: a produção de peças com a vida útil cada vez mais curta, a frenética evolução eletrônica, aparelhos danificados descartados de maneira inadequada.

Professor da Unifametro, biólogo pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e presidente do Instituto Robótica Sustentável, André Cardoso conta que muitos desses dispositivos possuem metais pesados e substâncias tóxicas em sua composição, como mercúrio, chumbo e lítio. O volume, a baixa reciclagem e o descarte incorreto desses resíduos trazem inúmeras consequências ambientais, pois esses elementos podem alterar a estrutura física e química do solo por meio dos lençóis freáticos. Esse processo é chamado lixiviação.

Quanto aos riscos à saúde humana, o contato com o chumbo, seja por inalação de poeira ou ingestão de partículas contaminadas, em doses altas ou menores, pode causar vômitos e convulsões. No caso do mercúrio, danos neurológicos. Cádmio, fraqueza a dores de cabeça. Todas essas substâncias podem resultar em casos fatais a depender do nível da exposição.

Descarte indevido de resíduos eletrônicos

Em lixões ou aterros sanitários, esses aparelhos eletrônicos acabam caindo nas mãos de trabalhadores informais com a intenção de extrair esses metais incorretamente, usando métodos rudimentares, bem como a queima, aquecimento ou imersão em banhos químicos.

Conforme um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Children and Digital Dumpsites (Crianças e lixões eletrônicos, em tradução livre), cerca de 12,9 milhões de mulheres e mais de 18 milhões de crianças e adolescentes em todo mundo estão trabalhando no setor informal de resíduos, podendo ser submetidas diariamente à contaminação.

Uma vez que o lixo eletrônico é o resíduo que mais cresce no mundo em relação à população mundial, o relatório estima que, até 2030, haja um aumento global de 70% dos empregos no setor de gestão de resíduos. Formais ou informais, são 45 milhões de vagas.

As crianças são mais vulneráveis às complicações de saúde causadas pela exploração indevida do lixo eletrônico. Essa exposição pode prejudicar suas habilidades intelectuais, além de causar alterações na função pulmonar, no aparelho respiratório e aumento do risco de algumas doenças crônicas tardias, como câncer e doenças cardiovasculares.

Gestão do lixo eletrônico no Brasil

Em 2 de agosto de 2010, foi sancionada a Política Nacional de Resíduos Sólidos, lei n.º 12.305/10, uma movimentação em prol do descarte ambientalmente correto de resíduos de todos os tipos. A PNRS é constituída por 57 artigos que oferecem os princípios necessários para a administração de resíduos, alinhada à realidade social dos espaços e o incentivo à cultura de reciclagem.

Essa legislação resultou no Acordo Setorial para a Logística Reversa de Eletroeletrônicos, assinado em 2019, que ampliaria a discussão do descarte e reaproveitamento desses resíduos. O acordo também estabeleceu um sistema que possibilita o descarte, transporte, manejo e reciclagem de bens de consumo, para serem convertidos novamente em matéria-prima para a indústria, chamado de sistema de logística reversa.

Como fazer o descarte adequado?

O professor André Cardoso explica que é importante procurar empresas especializadas ou ONGs, como ecopontos e postos de coleta: “O resíduo eletrônico é composto por plásticos, ferro e placas eletrônicas. Nós desmontamos e essas peças entram no ciclo da reciclagem, fora os fios e outros materiais, como o alumínio”.

Ao identificar que equipamentos eletrônicos não estão sendo usados em casa, que se tornaram obsoletos ou dispensáveis ao uso, deve-se buscar um lugar de descarte adequado destes materiais. Deve-se separar os eletrônicos, pilhas e baterias usadas em caixas, sacolas ou cestos que estejam longe do alcance de crianças e animais de estimação, para evitar riscos de vazamento ou contaminação.

Para encontrar o ponto de coleta mais próximo da sua casa, o site da Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (Abree) disponibiliza esse serviço. É só digitar o CEP e o tipo de produto a ser descartado.

Pontos de coleta: a Prefeitura de Fortaleza, por meio da Citinova, possui Centros de Recondicionamento Tecnológico na Praia de Iracema, no Bom Jardim e na Universidade de Fortaleza (Unifor). O Robótica Sustentável também possui pontos de coleta que podem ser verificados no site do Instituto, com pontos em Fortaleza, Maracanaú e Maranguape.

Veja os pontos de coleta:

  • Centro de Recondicionamento Tecnológico do Bom Jardim
    • Endereço: Jardim Shopping - loja 10 (Av. Oscar Araripe, 1030 - Bom Jardim, Fortaleza)
    • Funcionamento: terça a sexta-feira
    • Horário de funcionamento: das 8h às 12h e das 13h às 17h
  • Centro de Recondicionamento Tecnológico da Praia de Iracema
    • Endereço: Rua dos Tabajaras, 440 - Praia de Iracema, Fortaleza
    • Funcionamento: terça a sexta-feira
    • Horário de funcionamento: das 8h às 12h e das 13h às 17h
  • Centro de Recondicionamento Tecnológico da Unifor
    • Endereço: Sala Z23 (Av. Washington Soares, 1321 - Edson Queiroz, Fortaleza)
    • Funcionamento: segunda a sexta-feira
    • Horário de funcionamento: das 8h às 11h30 e 14h às 17h30
  • Ninna Hub
    • Endereço: Av. Dom Manuel, 1020 - Centro, Fortaleza
    • Funcionamento: segunda a sexta-feira
    • Horário de funcionamento: das 8h às 18h
    • Telefone: (85) 3211-4201
  • Transforme Coworking
    • Endereço: R. Torres Câmara, 600 - Casa 47 - Aldeota, Fortaleza
    • Funcionamento: segunda a sexta-feira
    • Horário de funcionamento: das 8h às 18h entre terça e quinta-feira e das 8h às 17h na sexta-feira
    • Telefone: (85) 99169-1135
  • Sede Robótica Sustentável
    • Endereço: R. Francisquinha Portela, 1050 - Quintino Cunha, Fortaleza
    • Telefone: (85) 99621-4279
  • Ceart
    • Endereço: Av. Santos Dumont, 1589 - Aldeota, Fortaleza
    • Funcionamento: segunda a sexta-feira
    • Horário de funcionamento: das 8h às 17h
    • Telefone: (85) 99247-4080
  • IEL Ceará
    • Endereço: Av. Barão de Studart, 1980 - Aldeota, Fortaleza
    • Funcionamento: segunda a sexta-feira
    • Horário de funcionamento: das 8h às 12 e das 13h às 18h
    • Telefone: (85) 4009-6300
  • Sindiverde
    • Endereço: Av. Barão de Studart, 1980
    • Funcionamento: segunda a sexta-feira
    • Horário de funcionamento: das 8h às 17h
    • Telefone: (85) 3421-5400
  • Unifametro
    • Endereço: R. Carneiro da Cunha, 180 - Jacarecanga, Fortaleza
    • Telefone: (85) 3206-6400
  • Alece
    • Endereço: Av. Desembargador Moreira, 2807, Dionísio Torres, Fortaleza
    • Funcionamento: segunda a sexta-feira
    • Horário de funcionamento: das 8h às 17h
    • Telefone: (85) 3277-2500
  • Cogerh
    • Endereço: R. Adualdo Batista, 1550 - Cambeba, Fortaleza
    • Funcionamento: segunda a sexta-feira
    • Horário de funcionamento: 8h às 17h
    • Telefone: (85) 3513-9099
  • Conjer
    • Endereço: R. Moisés, 290 - Quintino Cunha, Fortaleza
    • Telefone: (85) 9 8649-1632
  • Sebraelab
    • Endereço: R. Antônio Augusto, 290 - Meireles, Fortaleza
    • Funcionamento: segunda a sábado
    • Horário de funcionamento: das 8h às 22h
    • Telefone: (85) 3255-6600
  • Elephant Coworking
    • Endereço: R. Barbosa de Freitas, 1741 - Aldeota, Fortaleza
    • Funcionamento: segunda a sexta-feira
    • Horário de funcionamento: das 8h às 20h
    • Telefone: (85) 3051-2165
  • IST Senai
    • Endereço: Av. Sen. Virgílio Távora, 1395 - Distrito Industrial I, Maracanaú
    • Telefone: (85) 3293-5050

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