Projeto da UFC desenvolve protótipo para monitoramento remoto de UTIs

Sistema utiliza inteligência artificial para informar possíveis problemas clínicos dos pacientes a partir de acompanhamento dos sinais vitais

Foi apresentado nesta terça-feira, 28, o primeiro protótipo desenvolvido pelo Centro de Referência em Inteligência Artificial (Cereia), um projeto da Universidade Federal do Ceará (UFC), voltado ao uso de Inteligência Artificial (IA) na área da saúde. A apresentação, que simulou o monitoramento remoto em hospitais, foi um dos destaques da primeira edição do Conect IA, evento realizado no Centro de Empreendedorismo e Inovação da UFC, em Fortaleza, com debates sobre o uso da tecnologia nas universidades.

O sistema age a partir do acompanhamento à distância de sinais vitais dos internos, como frequência respiratória, pressão arterial e temperatura. As informações poderão ser processadas por uma IA treinada, que irá emitir alertas para médicos e enfermeiros sobre possíveis situações de risco à saúde dos pacientes, como um ataque cardíaco, por exemplo.

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Segundo os desenvolvedores do protótipo, o objetivo principal é acelerar o atendimento aos pacientes, evitando que problemas clínicos e intercorrências sejam detectados e tratados antes de evoluírem para um quadro mais grave.

“É um sistema detector de anomalias. Um dos sinais que nós vamos monitorar também é o eletroencefalograma. Caso o paciente tenha uma convulsão, ele [o sistema] vai acionar logo, sinalizar para a equipe médica, para atuar com alguma droga e diminuir esse impacto da convulsão”, explica o coordenador da pesquisa, Guilherme Barreto.

O estudo é comandado por um núcleo da UFC de mesmo nome, mas que para diferenciar, possui sigla diferente, o Centro de Referência em Inteligência Artificial (Cria). Iniciado este ano, o programa já tem algumas parcerias, como o grupo Hapvida NotreDame, mas ainda está em fase de testes iniciais e deverá ser avaliado na prática a partir de 2026.

Além desta, outras pesquisas estão sendo realizadas no Cereia, como conta o diretor do Cria, professor José Soares. “Hoje nós temos seis linhas de pesquisa, todas elas associadas à ciência de dados e à inteligência artificial aplicada à saúde”.

Evento discute uso de IA nas demais áreas de pesquisa acadêmica

Apesar do destaque, a saúde não foi o único tema abordado durante o Connect IA. O evento também contou com palestra da multinacional em tecnologia, Nvidia, onde foram debatidas formas de usar a inteligência artificial para otimizar pesquisas acadêmicas.

Esse é um diálogo que tem sido reforçado na UFC desde 2021, quando a Universidade venceu um edital nacional para a instalação de Centros de Pesquisa Aplicada (CPAs) em Inteligência Artificial, que na Federal do Ceará, foi denominado de Cria.

Dois dos pontos mais trabalhados durante o evento foram o armazenamento e o processamento de dados, essenciais para quem trabalha com um grande leque de informações, como os pesquisadores.

Aberto ao público, o evento contou com a participação de professores e alunos de diferentes cursos da Universidade, entre eles, Rômulo Filho, mestrando em Ciências da Computação, que destaca a economia de tempo que os recursos podem oferecer para a academia.

“O que pode ser bem útil dentro da UFC é essa questão de você ter sistemas ou aplicações já pré-prontas para você desenvolver o seu trabalho usando elas. Isso tira uma necessidade tão grande de arcabouço técnico”, pontua o pesquisador na área de aprendizagem de reforço.

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