Ataques a escolas: casos suspeitos continuam a ser monitorados pela Polícia

Operação de prevenção aos ataques mantém parceria com agências internacionais. Até junho, 2.830 casos ainda estavam em investigação

Em abril de 2023, o Brasil enfrentou uma onda de violência em unidades de ensino públicas e particulares. Na época, foi avaliado que diversos ataques foram articulados dentro de plataformas digitais. Em decorrência disso, forças de segurança elaboraram estratégias para antecipar e conter os casos nas próprias redes sociais. Sete meses após a maior concentração de ataques, suspeitas de possíveis atentados continuam a ser monitoradas pelo Ministério da Justiça.

Até junho deste ano, as Policias Civis e Militar já realizaram 368 prisões e/ou apreensões de crianças e adolescentes suspeitos de ameaçar a segurança em escolas. Até junho de 2023, a Operação Escola Segura ainda mantinha um total de 2.830 casos em investigação.

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Em debate no Fórum Nacional de Segurança e Cidadã e Defesa Civil, que ocorreu na manhã desta quinta-feira, 28, o delegado integrante do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) do Ministério da Justiça, Felipe Ribeiro Ferreira, declarou que a onda de ataques em escolas mudou a forma de monitoramento virtual.

“Foi uma situação que pegou o País de surpresa, ninguém esperava tantos ataques em um curto espaço de tempo. Antes desse período caótico, nossa atuação era mais reativa. No entanto, quando a onda de ataques generalizados começou, adotamos uma abordagem mais proativa”, explica o delegado.

Atualmente, segundo o agente do Ciberlab, o laboratório ainda está em atividade, buscando casos possíveis de ameaças constantemente. “Temos parcerias com agências americanas por meio da Embaixada dos EUA, que nos informam sobre casos relevantes para que possamos agir preventivamente”, comenta o delegado Felipe Ribeiro.

Onda de ataques às escolas

No Ceará, em abril desde ano, investigações foram conduzidas contra supostas ameaças de ataques a escolas. Seis pessoas, entre adolescentes e um adulto, chegaram a ser conduzidas a delegacias no Estado. Contudo, o caso mais marcante foi registrado em uma creche em Santa Catarina, onde pelo menos quatro crianças morreram durante uma invasão.

Segundo o integrante do Ciberlab Felipe Ferreira, o “efeito contágio” influenciou para o aumento de casos e suspeitas de crimes semelhantes. “No que diz respeito ao intervalo entre um ataque e outro, alguns estudiosos relatam que esse intervalo de efeito de contágio dura em média de 13 a 14 dias.”

Segundo o profissional, a estratégia abordada desde então é o monitoramento das redes sociais para identificar os usuários envolvidos. A partir daí, é verificado o estado do suspeito e são enviados relatórios técnicos para a Polícia Judiciária local, que tem a atribuição de iniciar procedimentos de investigação.

De acordo com Felipe Ferreira, as próprias plataformas reconheceram que não tinham interesse em manter tais comportamentos prejudiciais em suas redes.

“Contamos com a colaboração das principais redes sociais, como Meta [empresa por trás do Instagram, Facebook e Whatsapp], Twitter, e Discord. O resultado foi a prisão de vários adultos e apreensão de menores, além de confiscos de materiais ilícitos, como armas brancas, armas de fogo simuladas e planos de ataque à escola”, detalhou o delegado.

Fórum Nacional de Segurança Cidadã e Defesa Civil

A discussão foi promovida durante o terceiro dia do Fórum Nacional de Segurança Cidadã e Defesa Civil. O evento reúne representantes de mais de 190 cidades e 25 estados brasileiros. Segundo o secretário da Segurança Cidadã, coronel Eduardo Holanda, um dos objetivos é debater a participação, atuação e operação das instituições ligadas ao tema nos municípios.

“Nossa meta é apoiar o crescimento das guardas municipais de todo o país. Para ilustrar, há atualmente um protocolo de integração entre as 14 guardas da Região Metropolitana de Fortaleza, onde compartilhamos informações, interesses em compras de equipamentos e dados operacionais, além de trocar experiências. Isso garante que a segurança seja tratada de forma abrangente, considerando a integração das cidades”, comenta o secretário.

Na ocasião, também acontecerá, de forma simultânea, o “V Encontro Nacional de Segurança Pública e Gestores da Área”, o “Encontro Nacional de Guardas Municipais e Agentes de Segurança Pública”, o “Seminário Integrado de Segurança Cidadã” e o “Encontro Nacional de Secretários e Dirigentes Municipais de Defesa Civil”. O evento segue até sexta-feira, 29, no Hotel Oásis Atlântico, na Beira-Mar.

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