Dia Mundial da Obesidade: evento incentiva prática de atividades físicas como parte do tratamento

As causas da obesidade são multifatoriais envolvendo questões genéticas, culturais, estilos de vida e estados emocionais

O dia 4 de março marca o Dia Mundial da Prevenção à Obesidade. Doença crônica caracterizada pelo excesso de gordura corporal que pode acarretar prejuízos à saúde, a obesidade requer atenção multifatorial. Por isso cerca de 70 pessoas se reuniram em evento esportivo nesta manhã na pista de atletismo do Centro Universitário Estácio, em Fortaleza.

Contemplando corrida e caminhada, aulão de dança e alongamento, o Barimov foi promovido pelo cirurgião bariátrico Paulo Campelo e parceiros. O público foram pacientes que realizaram cirurgia bariátrica. O objetivo do encontro foi incentivar a prática de atividades físicas como parte do tratamento contra a obesidade.

"Durante muito tempo, vivi com sobrepeso. Fiz dietas, mas emagreci e depois voltei a engordar. Então decidi optar pela cirurgia", conta Emanuelle Oliveira, que fez a bariátrica há quatro anos. "É um processo de muita disciplina e adaptação, mas vale muito a pena. Traz muita qualidade de vida." Para a supervisora comercial, os efeitos positivos se revelam na melhora da saúde, na disposição para brincar com os filhos e na elevação da autoestima.

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O servidor público Émerson Castro também relata melhoras após a cirurgia realizada há cerca de 20 dias. "A história de obesidade começa em 2014, quando me mudei para o Interior, longe dos amigos e da família. Entrei em um processo depressivo e comecei a ganhar peso", lembra.

"Fiz a cirurgia aos 152 quilos. Já tinha tentando nutricionista, nutrólogo, medicamentos caríssimos e a perda de peso não estava vindo. Não tinha diabetes, colesterol alto nem hipertensão, mas sabia que o corpo estava funcionando forçado e a qualquer momento eu poderia fazer meu checkup anual e aparecer tudo isso", explica. "Estou fazendo o que tem que ser feito e já está dando tudo certo."

A cirurgia também foi o caminho para a saúde da psicóloga Priscila Costa, que também fez o procedimento em fevereiro. "Não tinha comorbidades, mas estava começando perceber dificuldades em caminhar dores nas pernas, no quadril e na lombar. Não sabia como estaria daqui 10 anos e não quis arriscar esperar", diz. "Já tinha feito todos os tratamentos clínicos, mas sempre tinha reganho de peso. Não tinha considerado a bariátrica até ano passado, não queria passar por intervenção cirúrgica."

"A endocrinologista sugeriu pensar na cirurgia. Fui pensando e entendi que era um recurso válido, como os outros tantos que tentei", afirma. "Foi além do que esperava. Já percebo melhora nas dores e melhora na disposição."

Dia Mundial da Obesidade: Causas e tratamento da obesidade

 As causas da obesidade são multifatoriais envolvendo questões genéticas, culturais, estilos de vida e estados emocionais. "O tratamento deve ser multidisciplinar e sempre iniciar com a parte nutricional, a prática de exercícios e o uso de medicamentos, quando necessário", afirma o cirurgião bariátrico Paulo Campelo. "Mas chega a um nível em que a doença avança e esses tratamentos, às vezes, não dão conta e a gente precisa entrar com a cirurgia."

O procedimento cirúrgico é indicado para pessoas com obesidade grau 2 com comorbidades ou obesidade grau 3. As comorbidades mais comuns são diabetes, hipertensão, apneia do sono e colesterol elevado.

"É uma cirurgia segura, mas complexa, que precisa de uma avalição pré-operatória extensa. O paciente passa por uma equipe que deve incluir nutricionista, psicólogo, endocrinologista, cardiologista e outros profissionais", continua Campelo.

Como uma doença crônica, a obesidade requer cuidados continuados e a longo prazo. "Não é operar e ficar bom da obesidade. Você está agregando uma forma de tratamento. A gente deve frisar a qualidade de vida", enfatiza

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde mais recente, realizada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais da metade dos adultos apresenta excesso de peso no Brasil e mais de um quarto da população adulta tem obesidade. Até 2030, segundo projeção da Federação Mundial de Obesidade, o País teráum terço de sua população adulta com obesidade.

Segundo Campelo, em torno de 21% dos fortalezenses apresentam a doença. "Nem todos esses são pacientes que para tratamento cirúrgico. A maior parte é de tratamento clínico, mas sem dúvidas a obesidade de graus 2 e 3 aumentou bastante e não conseguimos ainda atender quem precisa", analisa. "Ainda operamos muito aquém da necessidade da população.'

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