Médicos denunciam superlotação no Hospital de Messejana

A unidade, que é referência no tratamento de doenças cardíacas e pulmonares, passa por superlotação. Sesa está transferindo casos menos complexos para hospitais parceiros

Denúncias foram enviadas ao Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec-CE) sobre a situação do Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes. A unidade, que é referência no tratamento de doenças cardíacas e pulmonares, conforme as denúncias dos profissionais de saúde, são de que há superlotação e pacientes estão nos corredores.

Edmar Fernandes, diretor financeiro e de patrimônio do Simec-CE, explica que as denúncias partem dos próprios médicos e que a precaridade no Hospital dificulta o atendimento aos pacientes.

“Cada vez mais a população tem acionado o Sindicato dos Médicos. Assim como membros de outras categorias, como enfermagem, odontologia, fisioterapia, porque temos acompanhado cada vez mais nosso posicionamento em defesa da saúde e qualidade para população de forma geral”, comenta o médico.

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Segundo as denúncias, pacientes em estado grave estão ocupando corredores pela ausência de espaço físico nas enfermarias. Além disso, equipes médicas e de enfermagem estão sobrecarregadas e acompanhantes estão dormindo no chão.

O Sindicato aponta ainda que pacientes em quadros graves estariam do lado de fora da sala da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), sem o monitoramento adequado. Outra denúncia é de que a reanimação de pacientes em parada cardiorrespiratória estaria sendo feita no chão por falta de macas. Procurada, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) negou existência desse quadro.

“É preocupante a qualidade do atendimento que os médicos estão dando à população. Muitos estão desesperados, tristes, depressivos quanto a essa situação da população. O Estado não consegue suprir essas necessidades”, ressalta Fernandes.

O Simec-CE afirma que enviou um ofício à Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) no último dia 7 de fevereiro. O documento pede urgência na manutenção do hospital para que o atendimento à população volte a ser feito de "forma digna", como descreve.

Resposta da Secretaria da Saúde

A Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) disse reconhecer que o Hospital de Messejana tem superlotação, mas nega situações em que reanimações cardiorrespiratórias tenham acontecido no chão da unidade de saúde.

Em nota, o Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM) informa que "tem tomado medidas para reduzir a quantidade de pacientes extra-leito no setor de emergência da unidade". Casos menos complexos estão sendo transferidos para leitos de retaguarda em hospitais secundários parceiros, como o Hospital Leonardo Da Vinci.

"O HM reforça que esses pacientes são assistidos por equipes multidisciplinares, realizando exames, recebendo medicação, alimentação e todos procedimentos necessários ao quadro clínico", continua a nota.

A unidade de saúde confirma que alguns pacientes ficam alocados temporariamente em cadeiras, poltronas e macas, enquanto aguardam a rotatividade dos leitos internos e transferências. "Ressaltamos, no entanto, que nenhum paciente fica internado no chão", completa.

De 1° a 16 de fevereiro de 2023, foram realizados 2.381 atendimentos na triagem da emergência do Hospital de Messejana. No mesmo período, foram realizadas 552 internações, conforme a Sesa.

"Nas últimas 24 horas, foram registrados 141 atendimentos e 40 internações na unidade", encerra a nota enviada ao O POVO às 11 horas desta sexta-feira, 17. (Colaborou Marcela Tosi)

Atualizada às 14h26min

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