Manifestantes denunciam cortes de verbas federais que afetam tratamento de HIV/aids

O Ceará tem hoje 19.256 pessoas diagnosticadas com aids, conforme dados da Sesa. O Estado conta com 34 unidades de saúde com Serviço de Atenção Especializada HIV/Aids, distribuídos entre 19 municípios

A movimentação na praça em frente ao Theatro José de Alencar, no Centro de Fortaleza, foi diferente na manhã desta sexta-feira, 21. Ativistas do movimento de luta contra a aids protestaram contra a proposta orçamentária de 2023 anunciada pelo Governo Federal para a Saúde. Os manifestantes denunciaram também a falta do antirretroviral Lamivudina 150 mg.

“A gente está aqui hoje pela nossa sobrevivência e por não aceitar nenhum direito a menos”, diz Orleanda Gomes, coordenadora do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas (MNCP) no Ceará. Vivendo com o HIV há 19 anos, ela lamenta a persistência do preconceito e da discriminação contra as pessoas com o vírus ou com a doença.

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Para Orleanda, o atual cenário requer conscientização do maior número de pessoas possível. “Hoje, com as medicações, uma pessoa com HIV vive e vive bem, mas não é fácil. E ninguém escolheu estar com HIV”, diz. “Mas há pouco tempo atrás a gente foi chamado de despesa e promíscuas, pelo próprio governo federal.”

Conforme o monitoramento do orçamento da Saúde, elaborado pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), o Ministério da Saúde perdeu R$ 3,3 milhões, quando comparados os orçamentos propostos para 2022 e para 2023. Deste valor, R$ 407 milhões saíram do atendimento à população para prevenção, controle e tratamento de HIV/Aids, outras infecções sexualmente transmissíveis e hepatites virais.

“Não é só por ter o HIV na minha veia que estou nessa luta, a gente está na luta por vidas, porque toda vida importa. Defendo qualquer causa que seja da vida e pela vida”, continua a coordenadora do MNCP.

O Ceará tem hoje 19.256 pessoas diagnosticadas com aids, conforme dados da Secretaria da Saúde (Sesa). Desde 1980, o Estado contabiliza 26.310 diagnósticos e 7.054 óbitos. O Estado conta com 34 unidades de saúde que prestam o Serviço de Atenção Especializada em HIV/Aids e infectologia; as unidades estão distribuídas em 19 municípios.

Desde os anos 1980, foram registrados mais de 1 milhão de casos de aids no Brasil; 13,5 mil foram no ano passado. Em 2020, 10,4 mil pessoas morreram da doença, segundo Boletim Epidemiológico Especial HIV/Aids de 2021, do Governo Federal.

Serviço de Atenção Especializada em HIV/Aids no Ceará

Fortaleza

  1. Hospital São José
  2. Hospital Universitário Walter Cantídio
  3. Hospital Geral de Fortaleza
  4. Hospital Infantil Albert Sabin
  5. Gonzaguinha do José Walter
  6. Gonzaguinha de Messejana
  7. Centro de Saúde Carlos Ribeiro
  8. Serviço de Atenção Especializada (SAE) Christus
  9. Núcleo de Atenção Médica Integrada (Sae Nami)
  10. Policlínica Dr. Lusmar Veras Rodrigues
  11. Policlínica Dr. José Eloy da Costa Filho
  12. Policlínica João Pompeu Lopes Randal
  13. Policlínica Dr. Luis Carlos Fontenele

Região Metropolitana e Interior

  1. Hospital Municipal Dr João Elísio Holanda (Maracanaú)
  2. Policlínica Municipal Edvar Ramirez (Cascavel)
  3. SAE de Russas
  4. SAE do Crato
  5. SAE de Caucaia
  6. CEMEAR (Iguatu)
  7. SAE de Juazeiro do Norte
  8. SAE de Brejo Santo
  9. SAE de Quixadá
  10. SAE de Crateús
  11. SAE de Aracati
  12. Centro de Referência de Infectologia de Sobral
  13. SAE de Icó
  14. SAE de Limoeiro do Norte
  15. Policlínica Judite Chaves Sariva (Limoeiro do Norte)
  16. SAE de Tauá
  17. Policlínica Municipal de São Gonçalo do Amarante
  18. Hospital e Sanatório Penal Otávio Lobo (Itaitinga)
  19. Policlínica Dr. Francisco Pinheiro Alves (Itapipoca)
  20. Policlínica Regional Senador Almir Pinto (Maracanaú)
  21. Policlínica Dr. José Martins de Santiago (Russas)

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